Disputas aparentam fim de polarização política 

As eleições municipais desde ano estão revelando um fenômeno não esperado pela maioria dos articuladores políticos. Ao contrário das tendências eleitorais anteriores, a polarização não vem se consolidando neste pleito. Em diversas cidades, o debate entre direita e esquerda vem sendo sufocado por outras forças políticas, principalmente de centro. Tudo indica que o eleitor cansou dos desgastantes argumentos de extremismos e busca a consolidação de uma política de resultados.

Muito além de pensamentos ideológicos, os mais espertos conhecedores observaram esse fenômeno que vinha sendo mostrado nas pesquisas de aprovações de governos. Em todas as amostras indicavam sempre uma margem estimada de até 20% de extrema esquerda, outra margem de uns 20% de extrema direita. Bastava fazer a soma desses quantitativos que chegariam a conclusão de que, cerca de 60% do eleitorado não pertencia a nenhum extremo.

Dito e feito. Na última semana de campanhas eleitorais, em grande parte dos municípios brasileiros, os números de indecisos continuam altos e uns três a cinco candidatos aparecem com possibilidades de chegada, considerando as margens de erros das pesquisas e os quantitativos daqueles que respondem que ‘não sabem’ em quem votar. Um número considerável de eleitores pode causar surpresas com o voto decidido na boca da urna.

Os indecisos são aqueles que estão insatisfeitos com todos os candidatos apresentados. Nenhum deles tem propostas ou argumentos que possam estimular a confiabilidade do eleitor. Nesse caso, na boca de urna, os indecisos podem partir para o voto útil – aquele que vota em quem vai ganhar, ou no voto mediano – que é aquele que faz eliminação entre os candidatos e escolhe um. Os marqueteiros mais experientes sabem dessa dinâmica e devem expor novidades no tudo ou nada de reta final. Vamos ver no que dá.