“Do limão, a limonada”

FRASE DO DIA:

“Sou uma ameaça aos corruptos. Se essa for a vontade de Deus, estarei pronto”.– Bolsonaro.

1-Turbulência na chegada I

A pesquisa Datafolha fez acender luzes amarelas entre os aliados e correligionários de Bolsonaro. A diferença abissal que havia pró-capitão diminuiu. Continua abissal, mas diminuiu. Num curto espaço de tempo Bolsonaro viu minguar aquele caminhão de votos que estava trazendo. Nada a ver com Haddad. Recluso, no piloto automático, tentando fazer tudo sozinho, sem um marqueteiro e com um grupo de palpiteiros que lhe colocaram um salto agulha, a nave do capitão balançou.   

2-Turbulência na chegada II

“Do limão, a limonada”. Se Bolsonaro e sua equipe entenderem e absorverem o recado que veio com o tranco, o que virá pela proa pode ser menos traumático. Votar no “mito” é conseqüência de algo maior. O eleitor não corre atrás de um nome ou partido. Ele quer a segurança e a esperança que lhe retiraram. Busca faxinar os ladrões do erário. Busca se inserir num modelo de sociedade e não em espectro ideológico. Sem esquerda e direita. O povo quer apenas ser um cidadão.   

3-Homem ou mito?

Há três anos o Bolsonaro vislumbrou a possibilidade de liderar uma luta contra o desmanche que vinha acontecendo com o país. O problema é que tem que conviver com a personagem diferente do homem que ele é. O país precisa de um líder, um estadista. Bolsonaro encarna o líder distante do estadista. O que temos por ora é o mito aceito pelo povo, mas imaturo, boquirroto e autoritário. Bolsonaro é o guarda que apita e afasta o ladrão. Mas tem que ser mais que isso. Com ele está a esperança de transformar o mito criado num homem que não existe. É muito coisa para um mito.     

4-Sobre pesquisas e reformas

Bolsonaro com sua campanha mambembe, mais improvisada que vôo de besouro, deu um nó na cabeça marqueteiros e institutos de pesquisas. Nunca vi tantos especialistas se debruçarem sobre os recortes de pesquisas para explicar o que não tem explicação. Sem propostas ou proposições para as demandas nacionais o eleitor mostrou o seu enorme desapreço por partidos e ideologias e a reforma política de que tanto se falava começou a acontecer da base para o topo. A cláusula de barreira e o fim das coligações farão o resto. Basta esperar. E a faxina política só começou. Em dois anos teremos eleições municipais e de novo mais lixo será varrido da política.

5-Fim de papo gratuito

Convenhamos que a campanha eleitoral deste ano no primeiro turno foi ruim, mas a a tragédia foi agora no segundo turno. Salvo a informação de que em Nova Brasilandia existe uma escola que é modelo para o primeiro mundo e que Bolsonaro é o candidato preferido dos dois oponentes locais, restou pouca coisa a ser lembrada. Para honra e glória do Senhor Jesus, a baboseira improdutiva e chata do horário eleitoral gratuito acaba hoje. E seja lá o que Deus quiser.  

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