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Diário da Amazônia

Dólar atinge maior patamar desde dezembro de 2008 e Bolsa cai mais de 3%

Os investidores reagem de forma negativa à maior possibilidade de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o que faz com que o..

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Publicado: 29/09/2014 às 18h55min

O dólar atingiu R$ 2,48 no início dos negócios nesta segunda-feira - Susana Gonzalez / Bloomberg News

O dólar atingiu R$ 2,48 no início dos negócios nesta segunda-feira – Susana Gonzalez / Bloomberg News

Os investidores reagem de forma negativa à maior possibilidade de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o que faz com que o dólar suba e a Bolsa tenha forte queda. Junto a isso, o cenário internacional apresenta deterioração, o que contribui para a valorização da moeda americana nas economias emergentes.

Às 14h33m, o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, operava em queda de 3,91%, aos 54.974 pontos — na mínima chegou aos 54.124 pontos. Já o dólar comercial registrava alta de 1,32%, a R$ 2,4460 na compra e a R$ 2,4480 na venda, esse é o maior patamar desde o fim de 2008  em 9 de dezembro, a moeda americana fechou a R$ 2,471. Na máxima, a divisa já atingiu R$ 2,48 no início dos negócios, mas na sequência cedeu um pouco.

 O mercado hoje reflete o quadro eleitoral. Quando a Dilma sobe, a Bolsa desmonta e o câmbio sobe firme — afirmou João Medeiros, diretor da Pionner Corretora de Câmbio.

Em geral, a maior parte do mercado financeiro é contrário à reeleição de Dilma, por entender que o seu governo é muito intervencionista e que a vitória da oposição poderia ser favorável a medidas que visem o crescimento da economia.

Na avaliação do sócio-diretor da Tática Asset Management, Ernesto Rahmani, esse movimento já era esperado e reflete a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira à noite, que mostrou o aumento da vantagem de Dilma sobre a candidata Marina Silva (PSB) nas intenções de voto para o segundo turno e também uma melhora no levantamento que avaliou o segundo turno.

 Aparentemente o mercado está desembarcando do cenário de uma vitória de Marina Silva. Além do cenário eleitoral, o ambiente internacional está menos favorável. Há um movimento global de fortalecimento do dólar, mas aqui é mais intenso por causa das eleições — disse.

Segundo dados compilados pela Bloomberg, o real é a moeda que apresenta a maior desvalorização frente ao dólar. No entanto, de uma cesta com 24 moedas de países emergentes, apenas seis tem vantagem em relação ao dólar. O esperado aumento da taxa de juros nos Estados Unidos e o fraco crescimento da economia Europeia contribuem para esse cenário.

Rahmani lembrou ainda que, além do cenário de valorização do dólar, há outras incertezas, como os protestos em Hong Kong por maior democracia, o que gerou enfrentamentos com a polícia. A situação geopolítica no Oriente Médio e a desaceleração da economia chinesa são outros fatores que preocupam os investidores.

Já no mercado de juros, a perspectiva de uma reeleição de Dilma eleva as taxas. Os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2015 subiram de 11,13% ao ano para 11,19% ao ano.

PETROBRAS DERRETE

Nesse cenário, as ações mais atingidas são a da Petrobras. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) caem 9,26% e os ordinários (com direito a voto) recuam 8,82%. Os papéis de outras estatais também são atingidos. As ações sem direito a voto da Eletrobras recuam 3,69% e as com têm queda de 4,50%. Já no caso do Banco do Brasil, a desvalorização é de 6,67%. Outros bancos também têm forte queda, sendo que Itaú Unibanco cai 6,18% e Bradesco cai 6,61%.

As ações da Vale também operam em queda, após a tonelada do minério de ferro, seu principal produto, ter atingido US$ 77,97 na China, segundo dados da Bloomberg. Os papéis preferenciais da mineradora caem 1,05% e os ordinários recuam 0,63%.

A BM&FBovespa mostrou que no mês até o dia 24 de setembro, o salto positivo de investidores na Bolsa era de R$ 3,965 bilhões, acima dos R$ 1,918 bilhão registrados em agosto. No ano, o montante já está próximo aos R$ 22 bilhões, já acima do recorde de 2009. O cenário de forte volatilidade causado pelas eleições têm atraído investidores, assim como o excesso de liquidez global, enquanto os juros no exterior ainda estão em patamares baixos.

No exterior o pregão também é de queda. O índice DAX, de Frankfurt, fechou em queda de 0,71%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, caiu 0,83% e o FTSE 100, de Londres, teve desvalorização de 0,10%. Nos Estados Unidos, Dow Jones tem queda de 0,33% e o Nasdaq tem leve recuo de 0,18%.



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