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RONDÔNIA

Dragagem do Madeira será iniciada

A previsão é de que as obras se iniciem já a partir do dia

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 06/08/2017 às 05h00min | Atualizado 29/11/2018 às 14h17min

A dragagem do rio Madeira é de grande relevância econômica para o desenvolvimento local

Enfim o processo de dragagem da hidrovia do Madeira sairá do papel. Em ofício expedido na última quinta-feira (03), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o início da dragagem no primeiro passo crítico, que é Curicacas a partir do dia 10 (quinta-feira) desse mês.

No dia 03, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit- DF) solicitou que tanto a executora (Consórcio JEDD/EPC) e a supervisora (UMI-SAN – Serviços de Apoio à Navegação e Engenharia) se mobilizem para já iniciarem o trabalho de dragagem no dia 10.

De acordo com a Nota Técnica 15/2017 – DNIT/COVIAS, o processo cronológico para a autorização da dragagem do Madeira através da autorização do Ibama, visando o cumprimento das condicionantes ambientais impostas na L.O nº 580/2006 conduzido pelo Dnit se inicia em 01 de julho de 2013 com a emissão pelo Ibama da autorização da captura, coleta e transporte de fauna (ACCT) e pedido de autorização de dragagem.

A dragagem do rio Madeira é uma obra de grande relevância econômica para o desenvolvimento do estado de Rondônia, visto que o rio Madeira é utilizado por grandes empresas para o escoamento da produção de grãos. A obra já estava sendo aguardada para o período propício, o da estiagem. Rondônia enfrenta atualmente a estação da estiagem, quando surgem bancos de areia no leito do rio, comprometendo a navegação. Além disso, é justamente nessa época do ano que se consegue identificar os pontos considerados mais críticos do rio.

Fato já comprovado pelo monitoramento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM-RO) no dia 27 de julho no seu 1º boletim de Monitoramento de Estiagem na Bacia do Rio Madeira. Segundo o boletim, a previsão de estiagem para este ano não é tão severa como a do ano passado, em setembro de 2016, quando registrou 197 cm (1,97 m), a menor cota nos últimos 48 anos.

“A gente está prevendo para o dia 8 de agosto uma cota entre 386 e 426 cm, sendo que no ano passado, nessa época do ano, já estava em 269 cm, ou seja, a situação para 2017, está bem melhor que a do ano passado, que foi a 2ª maior severa estiagem histórica desde 1968”, disse Giancarlo Bonotto, engenheiro hidrólogo e coordenador do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Acre e da Bacia do Rio Madeira.

Bonotto explicou ainda que para Rondônia, a previsão é de um El Niño fraco, que é bom para o Estado e que daria uma redução maior nas chuvas. O monitoramento, segundo a CPRM disse é realizado a cada 15 dias tanto para a Bacia do Rio Madeira, como a Bacia do Rio Acre. Já no Rio Acre, a companhia informa que a condição é mais severa:

“Lá na Bacia do Rio Acre está bem mais baixo, tendendo a estiagem do ano passado, uma das piores da história. Lá já está abaixo de 2 m. Está previsto para o dia 7 – 161 cm e o esperado era de 280 cm”, relatou o engenheiro Bonotto.

planejamento poderá ser alterado

Todo o processo para a execução da obra de dragagem da hidrovia do Madeira está sendo feito por Brasília. E segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-DF), ocorreu um atraso na liberação para o início da obra por conta de uma demora na autorização do Ibama por conta de trâmites de documentação.

No ofício, o Dnit-DF relatou que inicialmente o plano de dragagem previa realizar a dragagem de montante para jusante, a partir de Tamanduá, que é o passo mais próximo de Porto Velho (RO). Mas, ao ser informado de que Curicacas, Três Casas e Conceição/Miriti estão com maior criticidade e por conta do atraso de mais de um mês, a nova proposta, no sentido de minimizar os impactos e tentar obter a maior eficácia possível, dentro do período que ainda resta, é de começar a dragagem em Curicacas, dragando em seguida, os passos a jusante, e na sequência Papagaio, Cintra, Três Casas e Conceição/Miriti. Tamanduá e Cujubim, que estão mais próximos de Porto Velho, será deixado para o final por aparentar estar em situação menos crítica. Mas de acordo com o ofício, esse planejamento poderá ser alterado em função do andamento da seca.



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