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Diário da Amazônia

Educador social deixa periferia para ser homenageado na Argentina

Fabiano Alaor começou a cuidar de crianças da comunidade onde morava aos 12 anos e hoje, 25 anos depois, tem seu trabalho reconhecido

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Publicado: 15/03/2019 às 09h08min

Fabiano Alaor com meninos no campinho de futebol

Aos 12 anos de idade, Fabiano Alaor ajudava a cuidar de crianças da comunidade onde vivia na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. Ainda adolescente, levava a meninada para o campinho, dava uma bola e aulas de capoeira. Foi a semente do que viria a ser o trabalho de um agente social que será reconhecido agora pelo governo da Argentina. Em novembro, Alaor receberá o prêmio Internacional Ibero-americano “El Nevado Solidario de Oro 2019” por sua trajetória.

“Nas comunidades, as mães precisam trabalhar e não têm com quem deixar os filhos e, então, decidi ajudar, olhava as crianças, levava para jogar bola e ensinava o que eu sabia de capoeira”, conta Alaor. “Assim começou o meu trabalho social há 25 anos”.

O esporte foi o caminho encontrado por Alaor para ajudar as crianças e também abrir novas oportunidades para a vida. “Fazia contato com clubes de futebol, tentava levar olheiros aos campinhos”, diz. “Tento sempre mostrar que existem possibilidades, caminhos”.

Sempre atuando na comunidade, Alaor conseguiu se formar como locutor de rádio e percebeu mais um jeito de ajudar as pessoas e trabalhar: a música. A partir de 1997, passou a abrir espaço nas emissoras para os talentos locais, inicialmente no samba e, atualmente, com o funk. “É muito difícil para uma pessoa da periferia conseguir chegar ao mercado, principalmente quando o assunto é música, que é um setor muito fechado. Mas tem muita gente talentosa e conseguimos abrir espaço para que a comunidade possa conhecer esses artistas”.

Artistas que estarão na Câmara de Vereadores de São Paulo no dia 28 de março, durante o 1º Encontro de Artistas de São Paulo e suas Biografias, evento realizado em parceria com o projeto Andressa Alves, jogadora do Barcelona e seleção brasileira.

Atualmente, Alaor mora na região do Peri Alto (zona norte de SP), área que está sendo desapropriada pela prefeitura. E ali, no campinho que ficou mundialmente conhecido pelo craque do futebol Gabriel Jesus, continua seu trabalho com os meninos do bairro.

“Equilibro meu tempo entre o trabalho, a música e o futebol, paixões de todos os brasileiros”, conta.

A única preocupação de Alaor é a viagem para a Argentina. “Tenho passagem e estada garantidas, mas não tenho verba para alimentação”. Quem tiver interesse em ajudar, basta entrar em contato pelo Facebook.

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