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Diário da Amazônia

Em meio ao Marco Legal do Saneamento, lençóis freáticos e biodigestores surgem como alternativas

Até a total implementação da nova lei, população sem acesso à infraestrutura básica de saneamento pode adotar, a curto prazo

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Publicado: 27/07/2020 às 14h50min | Atualizado 27/07/2020 às 14h52min

O Projeto de Lei (PL) 4.162/2019, chamado de Marco Legal do Saneamento, sancionado no último dia 15 pelo presidente Jair Bolsonaro, muda as regras de prestação de serviço no setor de saneamento básico do Brasil. No meio dos debates sobre as novas regras, o que ficou evidente para a sociedade brasileira é o grave problema estrutural no setor de água e esgoto do país.

Dados da edição de 2018 do Diagnóstico de Serviços de Água e Esgoto do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), informam que 83,6% da população brasileira é abastecida com água, 53,2% tem seu esgoto coletado e apenas 46,3% tem seu esgoto tratado. Na região norte somente 57,1% da população tem acesso a água tratada.

Um levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), mostra que o Brasil possui uma perda – ou desperdiça – 60% da água na distribuição para as casas.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) esse cenário é preocupante, já que a falta de água tratada e coleta de esgoto trazem um grande ônus para a saúde de uma população. De acordo com a ONU, a cada R$ 1 investido no saneamento é possível gerar uma economia de R$ 4 com gastos no sistema público de saúde.

 

A importância dos lençóis freáticos

A falta de fornecimento de água é um problema grave e persistente no país. Por causa disso, a captação de água de lençóis freáticos acaba surgindo como uma alternativa para o acesso a esse bem.

O lençol freático é um reservatório natural localizado abaixo das camadas permeáveis do solo. A água armazenada nesse espaço é oriunda da chuva e varia na profundidade de acordo com a configuração geológica da área.

Para realizar a captação, uma das variáveis em que engenheiros ficam atentos em relação ao lençol freático é a sua profundidade. Essa questão muda de região para região, sendo que a profundidade pode passar de 500 metros.

Esse depósito de água é essencial para manter um equilíbrio ecológico e até de abastecimento. Em regiões em que existem grandes períodos de seca ou em locais que estão passando por um momento de crise hídrica e de abastecimento, os lençóis freáticos surgem como alternativa para a captação de água.

Entre os usos para a água do lençol freático estão as atividades caseiras como tomar banho, lavar a casa etc. Para consumo, porém, é preciso uma análise laboratorial por parte de um instituto.

A qualidade da água dos lençóis freáticos é, inclusive, uma preocupação das autoridades públicas. Apesar da possibilidade de retirar a água dos lençóis, as instituições municipais, estaduais e federais de meio ambiente fiscalizam e alertam empresas e pessoas que retiram a água do lençol freático. O cuidado é para que não haja contaminações, por exemplo.

 

Alternativa para o fornecimento de água

Iniciativas do país todo utilizam drenos, poços e fontes para realizar a captação. Essas soluções para a retirada de água são usadas em ambientes rurais e urbanos. Nas grandes cidades, locais comerciais e prédios também utilizam a água para a limpeza e rega de plantas.

A Alphaz Incorporadora, uma empresa que desenvolve projetos imobiliários sustentáveis de ponta a ponta, utiliza em alguns dos seus empreendimentos um sistema de coleta de água a partir de energia solar. A tecnologia é sustentável, já que não promove o desperdício de água e utiliza uma fonte renovável de energia (o sol).

Luigi Scianni Romano, sócio fundador da Alphaz Incorporadora, afirma que é possível implantar a solução em qualquer localidade que possua exposição regular à luz solar.

Ele explica que consiste na construção de um poço no solo e dentro do poço é instalada uma bomba que é acionada a partir da luz solar captada pela placa fotovoltaica. A placa fotovoltaica consegue transformar a energia solar em energia elétrica, fazendo com que a bomba seja acionada para transportar a água do poço para o reservatório do imóvel.

“O sistema, por depender do sol, para de funcionar quando não há luminosidade solar. Contudo, como ele pode alcançar uma vazão de 2 mil litros de água por dia, a quantidade é suficiente para ser armazenada e suprir a demanda nos dias em que não houver luminosidade adequada”, argumenta Luigi.

Além disso, ele lembra que através deste método nenhum litro de água é desperdiçado, já que quando a caixa d’água está cheia, a água é jogada de volta ao poço por um sistema de retorno conhecido popularmente como “ladrão”.

Um dos benefícios da captação da água do lençol freático é a possibilidade de investimentos de baixo custo. Projetos nesse sentido variam no orçamento justamente por causa dos equipamentos necessários, tamanho da obra, profundidade do lençol freático e mais.

Luigi esclarece que no caso de lençóis freáticos rasos, a alternativa de captação através de um painel fotovoltaico pode se tornar bastante barata, partindo de R$270,00 para uma profundidade de 5 metros.

 

Alternativas para o esgoto

Além do captador de água, pesquisadores e empresas também pensam em soluções para o esgoto. Considerado eficaz e relativamente barato, o sistema de tratamento por zona de raízes é aplicado principalmente em áreas rurais e demonstra grandes resultados. Inventada no Brasil, a solução utiliza a própria capacidade da natureza de se limpar e regenerar.

A solução utiliza plantas, areia e brita para retirar a sujeira produzida pelo esgoto da água. Todo o material sólido é encaminhado para uma fossa séptica e impermeabilizada e esse material precisa ser retirado de tempos em tempos.

Outro sistema cuja popularidade tem crescido nos últimos anos é o biodigestor. Utilizando bactérias, o biodigestor consegue transformar os dejetos em energia, o que faz dele uma das melhores saídas ecológicas para o tratamento do esgoto.

O biodigestor realiza o processo dentro de um compartimento fechado em que não há a presença de oxigênio. Nesse ambiente as bactérias se alimentam dos nutrientes que estão presentes no material que foi dispensado pelo sistema de esgoto. Esse processo biológico tem como resultado a produção de gases (biogás) que podem ser convertidos e utilizados como uma fonte de energia através de sistema termoelétrico. Além disso, o insumo residual transforma-se em biofertilizante, um adubo natural.

“O biodigestor também consegue realizar a limpeza da água, o que permite ao proprietário da casa fazer seu reuso. Essa é uma alternativa fantástica porque respeita o meio ambiente, tratando o esgoto e a água, e ainda pode gerar energia”, defende Luigi.

Ele considera o biodigestor uma ferramenta prática e sustentável de saneamento, tanto que o equipamento compõe o pacote de soluções sustentáveis utilizadas pela incorporadora em seus imóveis. O sócio fundador da Alphaz Incorporadora lembra ainda que os biodigestores também são peças acessíveis para se implementar.

“O acesso à água e tratamento de esgoto ainda não são questões universalizadas no país. Porém, existem soluções criativas e sustentáveis que podem trazer a populações de vários locais do país mais qualidade de vida”, finaliza Luigi.

 

Sobre a Alphaz

A Alphaz é uma incorporadora brasileira que executa projetos assinados de arquitetura com responsabilidade ecológica.

A empresa segue as mais modernas tendências de construções ecologicamente viáveis, práticas de custo otimizado e acima de tudo um produto de alto valor agregado que gera rentabilidade para os proprietários.

Os empreendimentos da Alphaz são equipados com soluções sustentáveis como painéis solares fotovoltaicos, sistemas biodigestores para tratamento de esgoto, captadores de água da chuva, compostagem orgânica e lixeiras para coleta seletiva.

A Alphaz também possui o diferencial de atuar com parceiros técnicos de renome, como o arquiteto Sérgio Fischer. E embaixadores engajados com a causa ambiental, como a modelo internacional Cintia Dicker.

Atualmente a Alphaz desenvolve projetos nas regiões Sul do estado de Minas Gerais, Vale do Paraíba, Bahia, Pipa (RN), Litoral Norte de São Paulo (Ubatuba e Ilha Bela), Punta del Este, no Uruguai, e Costa Rica.

Fonte: Assessoria



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