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Diário da Amazônia

Em Uganda, 16 são presos por suspeita de ‘serem gays’

Código penal atual já pune atos sexuais 'contra a ordem da natureza' com sentenças que incluem até a cadeia perpétua

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Publicado: 25/10/2019 às 11h39min

A polícia de Uganda, país localizado na África Oriental, prendeu 16 homens por suspeita de homossexualidade e tráfico de gente, de acordo com um comunicado de grupos de direitos humanos publicado na quinta-feira (24). O código penal do país pune atos sexuais “contra a ordem da natureza” e as sentenças vão até a cadeia perpétua.

As prisões ocorreram em um bairro próximo à capital Kampala, na última segunda-feira (21). Os homens eram recepcionados por um grupo de direitos do humanos do Sexual Minorities Uganda, entidade de defesa LGBTQI mais importante e ativa do país. As informações são de Diana Sydney Bakuraira à agência de notícias Associated Press (AP), conhecida como ‘Didi Baks’, famosa ativista em prol das causas feministas e LGBTI.

Os homens foram detidos após uma reclamação do público, segundo um policial à AP. Ele não quis se identificar pois, segundo ele, não está autorizado a dar declarações sobre o caso.

Ativistas de Uganda e grupos de direitos humanos se manifestaram por meio das redes sociais duranta esta semana e temem que haja um aumento de ataques a pessoas LGBTQI no país. Nos últimos três meses, ao menos quatro homossexuais foram assassinados, segundo a Sexual Minorities Uganda.

Homossexuais enfrentam discriminação em muitas partes da África Subsaariana, onde muitas vezes se enxergam a característica como algo “importado do Ocidente”.

Proibido ‘ser gay’

O homossexualismo em Uganda, tanto masculina quanto feminina, é ilegal. Segundo o código penal do país, cidadãos gays são tidos como criminosos, que descreve o “conhecimento carnal com outra pessoa do mesmo sexo é contra a ordem da natureza”.

A homossexualidade masculina, antes de 2014, tinha pena de prisão perpétua. Mesmo com a lei revogada, o fato de ser gay ainda é motivo para cadeia no país africano.

Em agosto deste ano, o ministro de ética do país, Simon Lokodo, propôs um projeto de lei que puniria o sexo gay com pena de morte. Segundo jornais locais, ele estaria mobilizando parlamentares para apoiar um projeto de lei anti-gay, ainda não protocolado na assembleia nacional.

Esse texto puniria a “exibição” de homossexualidade. Segundo o governo de Uganda, esse plano não existe.

 

Fonte: RedeTV!



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