O Corpo de Bombeiros de Guarantã do Norte (a 715 km de Cuiabá), que atuou no combate ao fogo da aeronave em que estavam os empresários Jair Demski e João Demski, pai e filho, contou que os dois foram arremessados durante a queda e por conta disso, não foram carbonizados durante a explosão do avião.
O acidente aconteceu no início da noite desta segunda-feira (16), em uma lavoura de milho em Guarantã do Norte, próximo ao aeródromo da cidade. Pai e filho estavam em um monomotor Van’s Aircraft, modelo RV 10, pilotado por Jair Demski.
O comandante que atuou na linha de frente dos Bombeiros, Lenielson da Cruz, contou à reportagem que chegou ao local com outros três militares em uma viatura, por volta das 19h, e logo as chamas foram controladas. Foi feito o rescaldo e o local foi isolado. Foi usado um caminhão bomba-tanque para controlar o fogo.
Foram os bombeiros que também realizaram as buscas pelo piloto e o filho. Eles foram encontrados a cerca de 10 metros de onde o monomotor tinha caído.
“Eles foram arremessados e já estavam sem vida. Os corpos deles não foram carbonizados por conta do fogo, então a suspeita é que eles tenham morrido por conta da queda mesmo. Havia apenas pequenas partes dos corpos deles que estavam queimadas”, explicou.
Após o acidente, vários moradores gravaram vídeos. Em um deles é possível ver quando a aeronave está caindo.
“Ta caindo… Caiu! Caiu!”, desespera-se o autor de uma das filmagens. Em outro vídeo, um morador relata o acidente e também aparenta estar bastante nervoso. Gente… Pelo amor de Deus… O avião acabou de cair na frente de casa”, disse.
Uma equipe da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) realizou o isolamento e trabalha para identificar as causas do acidente.
Empresas em MT
Jair Demski era dono da empresa Jade Engenharia Indústria e Estruturas Metálicas em Guarantã do Norte e tinha filiais no Pará: em Itaituba, Novo Progresso e Santarém.
João Demski era engenheiro civil formado no Rio Grande do Sul e residia em Santarém, no Pará, e atuava com o pai na empresa de estruturas metálicas.
A aeronave foi fabricada em 2016 e estava registrada como propriedade da empresa e tinha situação regular, segundo consta no sistema da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Ainda não se sabe ao certo de onde o monomotor com os dois empresários havia decolado, mas eles pretendiam aterrissar em Guarantã antes do acidente.
Fab investiga
A Força Aérea Brasileira (Fab) emitiu uma nota comunicando que investigadores do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), estão levantando dados a respeito do acidente.
“A Ação Inicial é o começo do processo de investigação e possui o objetivo de coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos”, diz trecho da nota.
De acordo com o órgão, a investigação realizada pelo Cenipa tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram.
“A conclusão de qualquer investigação conduzida pelo CENIPA terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente”.
FONTE: midianews