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Publicado: 08/04/2019 às 08h55min | Atualizado 08/04/2019 às 08h57min
O sucesso da produção cafeeira pelos indígenas de Rondônia mostra que é possível aliar produção agrícola com sustentabilidade. Bem assessorados, conseguiram produzir café de qualidade sem agredir ao meio ambiente, agregando valor ao produtor e conquistando mercados exigentes.
O primeiro ponto importante dessa cultura foi o aproveitamento de áreas degradadas para o cultivo, sem a necessidade de abrir clareiras na floresta, evitando desmatamento. Somente nisso já foi possível acrescentar importante valor ao produto. Outro ponto positivo é o cultivo ecologicamente correto, práticas adequadas para a colheita e secagem, seleção e produto final.
Se o modelo está dando certo com três etnias rondonienses, significa que poderá ser aplicado em outros grupos étnicos promovendo o mesmo sucesso de produção, qualidade e comercialização. Alternativa econômica para garantir melhor padrão de vida com produtividade.
O sucesso dos indígenas nos leva a refletir sobre a importância de se completar a cadeia de valor na produção agrícola. Muitos produtores familiares de Rondônia apostam no café, principalmente na região da zona da mata, produzem bem e acabam caindo nas mãos de atravessadores que obtêm lucros maiores do que os produtores.
Para que os produtores de café ganhem mais pelo árduo trabalho, uma alternativa básica é o cooperativismo, que promove maior competitividade com volume de negócios e mais possibilidades de conseguir apoios técnicos, financiamentos e aquisição de estruturas para a produção.
A definição de cooperativismo é a doutrina que preconiza a colaboração e a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de obter vantagens comuns em suas atividades econômicas. Esse modelo de associativismo cooperativista tem por fundamento o progresso social da cooperação e do auxílio mútuo, segundo o qual aqueles que se encontram na mesma situação desvantajosa de competição conseguem, pela soma de esforços, garantir a sobrevivência.
Acontece que os produtores de Rondônia tem resistência ao associativismo com traumas de experiências fracassadas de passado. Quem sabe aproveitando o modelo socialmente correto de plantar, colher e comercializar aplicado pelos índios, possa render estimulo e experiências para o produtores não índios.
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