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SAÚDE

Entre janeiro e setembro foram realizados 4.901 exames de mamografias em Rondônia

Durante a pandemia houve uma redução de 84% nas mamografias feitas pelo SUS

Por Larina Rosa Diário da Amazônia
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Publicado: 17/10/2020 às 08h00min | Atualizado 18/10/2020 às 07h29min

Paciente realizando exame de mamografia no Hospital do Amor Amazônia/ Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Receber o diagnóstico do câncer mama ainda é um dos maiores temores de uma mulher, qualquer doença que ameace a mudança da imagem, e provoque desconforto físico e psicológico, acompanhada do temor da morte é dolorosa de enfrentar.

Com a elevação no número de casos o câncer de mama tem se tornado a grande preocupação da saúde pública. Para se ter uma ideia a cada ano cerca de 20% dos novos casos de câncer em mulheres é de mama.

Durante a pandemia houve uma redução de 84% nas mamografias feitas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em 2020 cerca de 66 mil mulheres serão atingidas pelo câncer de mama no Brasil, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença é o segundo tipo mais frequente no Brasil e no mundo, atinge na maioria das vezes mulheres acima de 40 anos, mas também pode ser descoberto antes disso.

Antes da idade considerada de risco Tatiane Coimbra da Rós descobriu o câncer de mama em fevereiro de 2019, com 36 anos, ela conta que em abril do mesmo ano começou o tratamento.

No início foi bem difícil, o psicológico ajuda muito. Eu tento me manter forte para ficar com a imunidade boa. Deus tem um propósito na vida da gente eu penso que se Ele permitiu é porque sou capaz de suportar”, disse ela durante o tratamento, em outubro de 2019, em entrevista para o Diário da Amazônia.

Em julho de 2020 Tatiane realizou sua última sessão de radioterapia.

Câncer de mama em Rondônia

Rondônia é o terceiro lugar de todos os estados da região norte com maior incidência de câncer, ficando atrás somente do Estado do Pará e Amazonas. Os números apresentados apontam que os casos continuam aumentando no Estado. De 2015 a 2019, em Rondônia, 266 mulheres vieram a óbito em decorrência de câncer de colo de útero, sendo 144 da Capital. No mesmo período, 352 mulheres morreram no Estado vítimas de câncer de mama, sendo 128 em Porto Velho.

Estima-se que aproximadamente oito milhões de mulheres por todo o mundo com risco de câncer de mama não possuem mamógrafos em sua cidade, é o que aponta a pesquisa realizada pela consultoria Exceed Américas, especializada em estatística da saúde. Segundo o levantamento o Brasil possui aparelhos suficientes, porém encontram-se mal distribuídos entre os municípios.

Em Rondônia o acesso ao exame de mamografia ocorre em serviços estaduais, municipais, clínicas que prestam serviço ao SUS, e pelas empresas privadas que são contratadas. Em 2019 Porto Velho disponibiliza 12 empresas/clínicas contratadas para realização do procedimento.

O primeiro atendimento à mulher inicia na atenção básica de saúde. Se for constatada alguma alteração no exame, esta paciente é então encaminhada ao serviço de alta complexidade oferecido pela rede Estadual. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) entre janeiro e setembro foram realizados no estado 4.901 exames de mamografias, conforme dados TabNet/DATASUS. Já no município de Porto Velho foram realizados o total de 2.900 exames de mamografia durante o mesmo período.

Existem 15 aparelhos de mamógrafos em todo o estado de Rondônia. A Capital, Porto Velho, é o município que mais possui mais aparelhos disponíveis, 6 no total. Logo em seguida vem Ji-Paraná com 3 aparelhos. Vilhena 2, Ariquemes 1, Guajará-Mirim, Jaru 1 e Pimenta Bueno 1.

Segundo a Sesau os exames são regulados e agendados via sistema de regulação conforme disponibilidade de vagas.

Conforme dados do SISREG, o tempo médio para realização do exame é de 30 dias, para realização da mamografia de rastreamento de rotina pelas mulheres, e de 18 dias para a mamografia de diagnóstico, aquela indicada quando há alteração na mama.

Outubro Rosa

Campanhas de prevenção e detecção precoce têm sido as principais alternativas para informar a população sobre a importância do diagnóstico na fase inicial da doença. Há mais de 15 anos o Brasil participa do movimento mundial Outubro Rosa um mês dedicado a conscientização do câncer de mama.

Divulgação FIMCA

A campanha tem buscado desmistificar o preconceito contra pacientes especialmente em quadro de metastáticos, quando o tumor se espalha para outro lugar do corpo. Através da prevenção é possível prevenir cerca de 30% dos casos.

Durante todo o mês de outubro diversas ações são realizadas a maioria delas com foco no diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer do colo do útero, que é o terceiro tumor mais recorrente no país. Palestras e cuidados contra a doença e informações sobre o tratamento são disponibilizadas nesse período.

O mês é dedicado ao combate e a prevenção contra o câncer de mama, mas os cuidados precisam continuar o ano todo. Estar atenta aos sinais da doença pode salvar vidas.

Hospital do Amor

Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Os exames de mamografia também podem ser feitos no  Hospital do Amor na BR-364, de forma gratuita, basta apresentar RG, CPF, Cartão do SUS, Comprovante de Residência e Cartão do Paciente caso já exista.

Não é fácil passar por esse tratamento, é muito doloroso e cansativo não só fisicamente, mas psicologicamente também, mas tenham força, determinação e muita fé em Deus para conseguirem suportar todas as dores e queimaduras, pois isso é somente mais uma fase e fechamento de um ciclo de suas vidas. O simples fato de já estarem na Radioterapia significa que são vencedores e que guerrearam a luta contra o câncer com muito êxito e tocar o sino dourado é a melhor sensação do mundo”, finalizou Tatiane depois de realizar 25ª sessões de radioterapia no Hospital do Amor.



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