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RONDÔNIA

Escolas da Capital adotam quinto tempo

Durante o período da cheia histórica do rio Madeira, que atingiu diretamente a Capital e os distritos de Calama, Nazaré, Jacy-Paraná e..

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Publicado: 01/08/2014 às 12h31min | Atualizado 27/04/2015 às 05h30min

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Com o calendário escolar atrasado, gestores da rede estadual e municipal de ensino ajustam um novo calendário e acertam novos horários

Durante o período da cheia histórica do rio Madeira, que atingiu diretamente a Capital e os distritos de Calama, Nazaré, Jacy-Paraná e a Comunidade de Cujubim Grande, as salas de aulas serviram de abrigos as famílias desabrigadas e desalojadas. As mesas e as cadeiras escolares, deram lugar aos colchões, eletrodomésticos e a roupas. Na rede municipal, 10 escolas ficaram à disposição das famílias atingidas, na rede estadual foram 14 escolas, o que representa mais de 4,8 mil alunos com o ano letivo comprometido. Com o calendário escolar atrasado, os gestores da rede estadual e municipal de ensino em acordo com os pais e professores, ajustam um novo calendário e acertam novos horários para recuperar o tempo que foi perdido.

Segundo a diretora do departamento de educação, da Secretaria Municipal de Educação – Semed, Josineide Macedo, a reorganização do calendário escolar está sendo feita de comum acordo entre a comunidade. “Cada comunidade tem uma realidade diferente. As escolas foram autorizadas a fazer seus calendários em concordata às necessidades de cada região. A coordenação, os professores e pais realizam uma reunião e as informações são passadas para a Semed. Estamos fazendo um calendário fixo, dentro do calendário oficial. As aulas estão sendo repostas aos feriados e sábados, o quinto tempo não foi liberado”, expõe Macedo. Por meio de sua assessoria, a Secretaria de Estado da Educação de Rondônia – Seduc esclarece que a reposição das aulas também está sendo feita em comum acordo com os pais e professores.

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Escola recebendo objetos das famílias desalojadas

Quinto tempo para ajustar calendário

Na escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio John Kennedy, que serviu de abrigo por 59 dias, segundo o diretor Valter Belarmino, o quinto tempo de aula foi adotado para minimizar o tempo perdido. “Com a ajuda e compreensão dos professores, elaboramos um horário diferenciado e aderimos ao quinto tempo. Acredito que até o dia 15 de janeiro de 2015 encerramos o ano letivo de 2014”, diz Belarmino. Na Escola Municipal Castelo Branco – que teve suas aulas interrompidas por um mês e vinte dias, o diretor Jeferson Sales conta que também aderiu o quinto tempo.

Estudante da escola Orlando Freire, Felipe Lima conta que durante o período de enchente ficou com receio de perder o ano letivo. “Eu nunca perdi um dia de aula, então não queria correr o risco de perder o ano todo. A gente entende a necessidade das pessoas que estavam precisando de abrigo, só que mesmo assim eu não queria sair prejudicado. Agora estamos correndo atrás do tempo parado e acredito que até o começo do ano que vem conseguiremos recuperar”, diz Felipe.

Estrada do Belmont prejudicou ensino

A Escola Maria do Carmo Ribeiro, situada na Estrada do Belmont não foi atingida de forma direta pela enchente do rio Madeira, porém o acesso até a escola sim. De acordo com a vice-diretora da escola, Cleide das Graças,  o ano letivo da instituição só teve início no dia 21 de julho, na estrutura do antiga Escola Maria Isaura da Costa Cruz . “Como ficamos muito tempo sem aula, vamos aderir aos sábados, feriados e quinto tempo. Estamos instalados provisoriamente nesse prédio e as condições não são as melhores. Trabalhamos com crianças de seis a doze anos e a estrutura não atende às necessidades”, diz. Cleide explica que a escola Maria Isaura da Costa Cruz foi desocupada para abrigar os desabrigados e desalojados da cheia, e os alunos foram transferidos para um prédio localizado na avenida Farquhar, no bairro Pedrinhas. “Com a vazante do rio, as pessoas que estavam abrigadas retornaram para suas casas e a escola ficou cerca de dois meses vazia. Quando chegamos aqui estava tudo quebrado e sujo e ainda acredito que muitas coisas foram roubadas, provavelmente por vândalos da região”, finaliza a vice-diretora.

Por, Laila Moraes



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