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Escultor mostra sua arte pelo Brasil à fora

“Povo de vida dura e sofrida que tem de deixar os seus, para buscar dias melhores”

Publicado: 18/02/2018 às 06h10

Denis Coransil um capixaba mais rondoniense que se possa ver. Nasceu em Colatina no estado do Espírito Santo em 18 de março de 1961, migrou para o Paraná em 1969, onde trabalhou como engraxate, boia-fria, contínuo e soldador mecânico numa autopeças ficando até 1981. Veio para Rondônia em janeiro do mesmo ano para trabalhar como bancário e radialista e fazendo como autodidata seus primeiros trabalhos na arte de esculpir. “Após ouvir meu pai elogiando uma obra feita por um artista local, pensei, também posso fazer”, lembra Denis.

Passaram-se cinco anos e o artista foi evoluindo depois desse período de aprendizado reproduzindo obras de outros artistas começou a desenvolver e criar seus próprios projetos de arte em madeira, utilizando também uma variação de matéria-prima como chifre, osso e concreto, dando maior crédito à madeira por ser farta na região, morando há mais de 30 anos em Rondônia no município de Ji Paraná.

Suas obras, no geral, tem a temática de cunho religioso como a maioria dos grandes escultores brasileiros mas desenvolve com maestria em outros temas: “ De acordo com o gosto e vontade do cliente e o momento da inspiração eu vou da arte “sacra” ao “profano” sempre na busca de inovar na técnica e no estilo”.

Tendo seu talento reconhecido nacionalmente foi convidado para participar de 04 a 13 de agosto de 2017, na Feincarte, Feira Internacional de Artesanato e Decoração, na grande Vitória/ES, como “mestre” na arte de esculpir em madeira, recebendo sempre o apoio do PAB, Programa do Artesanato Brasileiro/RO.

Denis Coransil pratica a arte de esculpir em madeira, em sua primeira fase foi entalhando em baixo e alto-relevo usando, quando ainda era permitido, todo seu talento esculpindo em madeiras nobres, como: cedro, cerejeira e mogno. Hoje, em madeira certificada e insumos.

Segundo a coordenadora do PAB em Rondônia, Wellida Sodré, é muito gratificante quando se tem um artista reconhecido nacionalmente: “É muito bom para o artesão e para o Estado, o reconhecimento do trabalho. Ser convidado é muito bom, e como Mestre é uma honra”, orgulhosa disse Wellida.

As esculturas “Os Retirantes” feitas em madeira por Denis Coransil traz uma certa melancolia em tons de protesto do artista que pensou estar fazendo uma justa homenagem aos ‘irmãos nordestinos’: “Povo de vida dura e sofrida que tem de deixar os seus para buscar dias melhores”, refletiu o artista.

Como as esculturas de N. S. Aparecida, Abaporu (Réplica de Tarcíla do Amaral), São Francisco de Assis e tantos outros exponso na Fenarte: “Meus santos esqualidos fazem maior sucesso e novamente em BH, este ano minha exposicao está pobre devido ao incêndio em minha oficina e a demora em retomar concentração ao trabalho. Mas a vida continua”, lamentou Denis Coransil.

Por João Zoghbi Diário da Amazônia

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