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Diário da Amazônia

Estado Islâmico: Nunca se matou tanto cristão em 2019. O silêncio!

Mesmo com o clamor de representantes católicos e evangélicos, só em 2019 mais de 1000 foram assassinados pelo Estado Islâmico.

Por Victoria Angelo Bacon.
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Publicado: 28/12/2019 às 18h27min | Atualizado 29/12/2019 às 02h52min

Bandeira do Estado Islâmico cravada em solo nigeriano, após a execução de cristãos nessa quinta-feira (26) de dezembro.

 

1. PERSEGUIÇÃO SEM FIM.
A perseguição aos cristãos tem sido ignorada ou minimizada no Ocidente. Em seguida aos ataques do Sri Lanka, houve muitas críticas à maneira como algumas autoridades se manifestaram a respeito do massacre.
Os cristãos são o maior grupo religioso do planeta: 31% da população mundial é cristã, de acordo com o Pew Research Center, em comparação com 24% de muçulmanos.
Dos cerca de 2,2 bilhões de cristãos, a maioria vive em regiões onde a liberdade de religião não é garantida, e muitas vezes eles fazem parte de minorias étnicas, culturais e linguísticas, o que acaba agravando a sua situação de risco.

2. NIGÉRIA É O PAÍS QUE MAIS PEESEGUE E MATA CRISTÃOS.

Onze cristãos foram mortos na Nigéria. É o que informa a Bbc News África, segundo a qual o autoproclamado Estado Islâmico (EI) publicou um vídeo que mostra o assassinato dos onze. A organização terrorista declarou que esta ação é uma vingança pelas mortes em outubro passado de seu líder e de seu porta-voz na Síria, respectivamente, Abu Bakr al-Baghdadi e Abul-Hasan Al-Muhajir.
O vídeo de 56 minutos, gravado “nas últimas semanas” numa localidade do estado de Borno, no nordeste nigeriano, foi produzido e publicado dia 26 de dezembro à noite, pela agência Amaq, o órgão de propaganda do Estado Islâmico.

 

Mapa da execução de cristãos em países em que o Estado Islâmico tem influência.

3. AO TODO, 1000 CRISTÃOS FORAM MORTOS SÓ EM 2019.
Segundo o relatório da ONG Humanitarian Aid Relief Trust (HART), sediada no Reino Unido, mais de 1.000 cristãos foram mortos este ano na Nigéria em ataques de grupos radicais islâmicos como o Boko Haram e os Fulanis.
Com o título de “Sua terra ou seu corpo: a crescente perseguição e deslocamento de cristãos no norte e no centro da Nigéria”, o relatório traz informações sobre a ação dos pastores de gado da etnia fulani que tem atacado fazendeiros cristãos.
“As milícias islâmicas Fulani continuam se engajando em uma política agressiva e estratégica de apropriação de terras em Plateau, Benue, Taraba, Kaduna do Sul e partes do estado de Bauchi”, diz o relatório.
“Eles atacam aldeias rurais, forçam os moradores a sair de suas terras e se estabelecem em seu lugar – uma estratégia que é resumida pela frase: ‘sua terra ou seu sangue’”, diz o documento.
Os fulanis são um grupo de povos nômades predominantemente muçulmanos de cerca de 20 milhões na África Ocidental e Central. Há muito que estão sob tensão com as comunidades agrícolas à medida que a escassez de terras aumenta e as populações aumentam.
Embora o relatório afirme que o número exato de mortes em 2019 é desconhecido, “dados preliminares sugerem que mais de 1.000 cristãos foram mortos desde janeiro”. O HART estima que houve mais de 6.000 cristãos mortos desde 2015 e 12.000 deslocados de suas aldeias.
O relatório que o Christian Post teve acesso enfatiza que a violência contra comunidades predominantemente cristãs “sugere que religião e ideologia desempenham um papel fundamental” nos números crescentes de ataques na Nigéria.
Pastores cristãos e chefes de comunidade são frequentemente alvo de ataques, enquanto centenas de igrejas foram destruídas.
“Os ataques, ocasionalmente, levaram à violência retaliatória, pois as comunidades concluem que não podem mais confiar no governo para proteção ou justiça”, diz o relatório HART. “No entanto, não vimos evidências de comparabilidade de escala ou equivalência de atrocidades”.
A Nigéria é classificada como a 12ª pior nação do mundo quando se trata de perseguição cristã, de acordo a Lista de Perseguição Religiosa da Portas Abertas.4. Líderes cristãos são mortos em ataques na Síria
Dois pastores, pai e filho, tiveram o carro alvejado por tiros e morreram no local. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

Cristão degolado no último dia 26 pelo Estado Islâmico na Nigéria.

 

4.  ATAQUES NA SÍRIA.

Na semana passada, a comunidade cristã na cidade síria de Qamishli, perto da fronteira com a Turquia, após ter dois de seus pastores mortos em um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.
Os dois pastores, Hovsep Petoyan e seu pai, Abraham Petoyan, estavam indo visitar um local de reconstrução, quando o carro em que estavam foi atacado por homens armados em motocicletas em um bloqueio na estrada. O terceiro passageiro, um diácono, escapou com ferimentos leves.
Hovsep Petoyan, tinha 40 anos e três filhos, era chefe da comunidade armênia em Qamishli. “Sua morte chocou todos os cristãos”, disse o pastor George Moushi, da Igreja da Aliança, sobre a morte de seu colega.

No mesmo dia do ataque aos pastores, três bombas explodiram na cidade, uma delas perto de uma igreja, matando pelo menos cinco e ferindo mais de 20 pessoas, incluindo três cristãos sírios.
“Se as bombas explodissem um pouco mais tarde, uma delas teria causado um massacre porque era perto de uma escola para meninas que estava prestes a explodir”, disse Levon Yeghiayan, líder da Igreja Ortodoxa Armênia.
“Eu assisti ao funeral e foi difícil para nós dizer adeus a um jovem pastor como Hovsep. Ele é um homem de Deus e é uma situação perigosa se eles começarem a atacar os homens de Deus”, disse ele.
Os ataques ocorrem um mês depois que o exército turco iniciou uma incursão em sua área de fronteira com a Síria para criar uma “zona segura”, afastando a aliança SDF liderada pelos curdos, que inclui o YPG, uma milícia que considera uma organização terrorista. A intervenção em uma área relativamente estável criou um vácuo de segurança, forçando mais de 200 mil pessoas, muitas delas cristãs, a deixar suas casas.

Cristãos são degolados no Iraque e Síria por ordem do Estado Islâmico em janeiro de 2019.

O texto foi apoiado no sítio eletrônico do Vaticano e no Gospel Prime com análises e comentários de internautas.



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