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SAÚDE

Falha em substituir médicos cubanos prejudica Brasileiros

New York Times diz que '3.847 vagas para médicos no setor público em quase 3 mil municípios continuam não preenchidas'

Por Opera Mundi
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Publicado: 12/06/2019 às 15h45min

Mais de 28 milhões de pessoas em todo o Brasil tiveram o acesso à saúde “abruptamente interrompidos” após a saída dos médicos cubanos que faziam parte do programa Mais Médicos, afirmou o jornal norte-americano New York Times.

Em reportagem publicada nesta terça-feira (11/06), o periódico afirma que o governo do presidente Jair Bolsonaro falhou em substituir os profissionais de Cuba que deixaram o país duas semanas após a vitória do ultradireitista nas eleições de outubro de 2018.

“3.847 vagas para médicos no setor público em quase 3 mil municípios continuam não preenchidas até abril”, diz o jornal.

New York Times ainda indica que a retirada dos cubanos pode ter “severas consequências para aqueles com menos de 5 anos, potencialmente levando à morte mais de 37 mil crianças até o ano de 2030”.

Segundo o periódico, o anúncio feito pelo governo em fevereiro de que todos os postos deixados pelos cubanos haviam sido preenchidos parecia ter solucionado o problema. Entretanto, até abril, milhares dos novos profissionais tinham desistido ou simplesmente nem aparecido para ocupar a vaga.

‘3.847 vagas para médicos no setor público em quase 3 mil municípios continuam não preenchidas’, diz jornal

Lembrando o início do Mais Médicos, o jornal norte-americano afirma que o programa chegou a atender 60 milhões de brasileiros e que, nos primeiros anos do projeto, o índice de cidadãos que rebem atendimento básico de saúde cresceu de 59%  para 70%.

“Em diversos estados, os postos de saúde e seus pacientes não têm médicos. É um passo para trás. Isso impede diagnósticos antecipados, o monitoramento da criança e da gravidez, e a continuidade de tratamentos que já haviam iniciado”, diz ao New York Times a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia.

A especialista ainda destaca a importância das localidades escolhidas pelo Mais Médicos, cidades pequenas, comunidades indígenas e bairros pobres nos centros urbanos.

“A disposição dos médicos cubanos de trabalhar em condições difíceis se tornou fundamental no sistemas de saúde pública”, afirma Bahia.



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