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RONDÔNIA

Falta insumos para exames de zika

Rondônia já confirmou 33 casos de zika, sendo a maior parte deles em Porto Velho.

Por Ariadny Medeiros Diário da Amazônia
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Publicado: 18/03/2016 às 05h10min

Lacen recebe mais de 400 amostras por semana de todo o Estado, mas a quantidade de insumo não atende demanda

Lacen recebe mais de 400 amostras por semana de todo o Estado, mas a quantidade de insumo não atende demanda

Os exames para diagnóstico do vírus da dengue, zika e chikungunya estão sendo realizados pelo governo do Estado somente para grupos considerados prioritários. A quantidade de materiais enviados pelo Ministério da Saúde (MS) não foi suficiente para atender a todas as notificações. Por este motivo somente estão sendo feitos diagnósticos laboratoriais, de suspeita das doenças, em grávidas, doentes internados e pessoas que já possuam doença grave. Rondônia já confirmou 33 casos de zika, sendo a maior parte deles em Porto Velho. Em gestantes foram comprovadas cinco ocorrências positivas para o vírus da zika e três casos de microcefalia na capital.

Os exames estavam sendo feitos pelo Instituto Evandro Chagas e demorava até 90 dias para chegar, por isso o governo do Estado montou um laboratório para agilizar o processo. “As [amostras] que foram enviadas no começo de dezembro ainda não retornaram […] a partir de fevereiro não mandamos mais”, relatou Luiz Tagliani, diretor do Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen). O MS enviou os insumos para realização de cerca de 500 exames, porém esta quantidade é insuficiente “estão dando preferência para os Estados do Nordeste, por isso o governo do Estado autorizou a compra de mais insumos, em 20 dias já devem estar aí”, explicou o diretor.

Esta aquisição de mais insumos será suficiente para atender, durante aproximadamente seis meses, somente aqueles casos, que segundo orientações do próprio MS, são prioritários “estamos dando preferência para gestantes com sintomas, casos graves ou casos sujeitos ao agravamento”, informou Luiz. Segundo ele, são recebidos entre 400 a 500 amostras por semana no laboratório de todo o Estado “o diagnóstico laboratorial não é para tratar o paciente, é epidemiológico. À medida que eu sei que você está com zika, a Vigilância é acionada para verificar na casa, vizinhança e no bairro”, ressaltou Tagliani.

Na capital, três casos de microcefalia foram comprovados

Na capital, três casos de microcefalia foram comprovados

Exames não estão com  prazo certo

O prazo para os testes ficarem prontos são de sete dias a partir do momento que a amostra entra no Lacen, mas o município demora cerca de 1 semana para entregá-las, “foi fornecido kit com nitrogênio líquido para 52 municípios, com tubo para coleta e instrução para coleta”, relatou Luiz. Todos os casos suspeitos, para pacientes grávidas, foram realizados no prazo máximo de sete dias.

Na capital a coleta de sangue para estes exames está sendo feita nas UPAs da zona Leste e da zona Sul, e também na Policlínica Ana Adelaide. “Os pacientes dizem que querem fazer os exames que possuem os sintomas e somos obrigados a fazer”, declarou Oswaldo Scaranari, chefe de divisão de laboratório da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). A UPAs estão atendendo e durante a triagem separam as urgências em atendimento.

O diagnóstico da zika vírus é feito através de sintomas e exames

O diagnóstico da zika vírus é feito através de sintomas e exames

Exames para pacientes não prioritários

A professora Sheila Sacramento sentiu os sintomas da zika em janeiro deste ano e após passar por vários atendimentos médicos ainda não sabe o diagnóstico correto, “dia 6 de fevereiro fiz a coleta na UPA da zona Sul, disseram que ligariam e que o resultado sairia em 15 dias, fiquei um mês aguardando e não estava pronto”, declarou ela. Após procurar uma reumatologista, que pediu o exame para confirmação do tipo de doença que a professora teve, ela entrou em contato com o laboratório, “eu informei que os médicos precisavam para tratar e eu pudesse voltar a trabalhar”, concluiu.

A bióloga do Lacen, Camila Azzi informou que em 11 cidades do Estado foram confirmados casos de zika, totalizando 33 e 15 casos de chikungunya. No último boletim epidemiológico da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) consta que foram confirmados mais de 1,3 mil casos de dengue, e um óbito pela doença.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu na última segunda-feira (15) registro de um teste rápido para detecção do zika vírus. O produto é capaz de detectar se o paciente está ou esteve infectado pelo zika em até 20 minutos.



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