Em reunião na sede do Sindicato do Comércio Atacadista de Rondônia (Singaro), em Porto Velho, foi encerrado na noite de quarta-feira o ciclo de encontros do movimento Grito da Pecuária, em defesa de melhorias no preço da arroba do boi. O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PP), participou do encontro, quando afirmou que a estimativa é que Rondônia tenha perdido, em 2015, aproximadamente R$ 1 bilhão com a queda no preço da arroba.
“Esse dinheiro deixou de circular na nossa economia e menos empregos foram gerados, o comércio reduziu as vendas e o governo deixou de arrecadar. Foi um prejuízo para todos”, informou o deputado.
Essa perda se deve ao fato de a pecuária ser responsável pela maior fatia da economia de Rondônia, desde o comércio de implementos à venda de vacinas. “E o pior: a carne nos açougues e mercados não parou de subir para o consumidor. Ou seja, só quem está ganhando são os donos de frigoríficos e não podem aceitar mais”, completou.
Maurão relatou o encontro que teve com o governador Confúcio Moura (PMDB), junto com o deputado Adelino Follador (DEM). “Apresentamos as propostas debatidas pelos pecuaristas ao governador, que se mostrou favorável ao movimento e adiantou implantar as medidas necessárias para ajustes no preço da carne”, citou.
Após reuniões em Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná, Jaru e Ariquemes, Porto Velho encerrou os encontros com a definição de uma estratégia de atuação dos criadores para enfrentar a queda no preço do boi. As propostas serão apresentadas em reunião com representantes de grupos de frigoríficos até o próximo dia 15.
A redução da pauta do boi, da vaca e do bezerro para zero, para a venda em outros Estados; a revisão dos incentivos fiscais aos frigoríficos; o estímulo à abertura ou reabertura de plantas frigoríficas; facilitar a implantação de pequenas unidades de abate; aferição das balanças dos frigoríficos; busca de novos mercados e até a criação de cooperativas para abate foram algumas das propostas acatadas.
A proposta de assegurar um preço mínimo na arroba do boi, entre 90% a 95%, da média de preço praticado em São Paulo, pelos frigoríficos com incentivos fiscais, foi uma das mais aceitas.
“Quem recebe incentivos, precisa dar a sua contrapartida. Como hoje isso não tem sido cumprido, precisamos criar mecanismos que forcem os frigoríficos a garantirem preços competitivos para a nossa carne. E esta é uma saída viável”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), Hélio Dias.