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SAÚDE

Fundação Oswaldo Cruz terá hospital e pesquisa internacional contra coronavírus

A Fundação Oswaldo Cruz anunciou nesta sexta-feira (27) a criação de um centro hospitalar para atender pacientes em estado grave..

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Publicado: 27/03/2020 às 14h48min | Atualizado 27/03/2020 às 14h49min

Foto: reprodução

A Fundação Oswaldo Cruz anunciou nesta sexta-feira (27) a criação de um centro hospitalar para atender pacientes em estado grave acometidos com a COVID-19. Segundo Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, serão entregue 100 leitos nos próximos 40 dias e, posteriormente, mais 100 leitos na sede da fundação, que fica na zona norte da capital fluminense.

Serão unidades de tratamento intensivo e semi-intesivo, com respiradores mecânicos, por exemplo. O hospital será referência para o tratamento da doença no estado do Rio de Janeiro.

Os leitos serão coordenados pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Para Roberto Pozzan, subsecretário saúde do Rio de Janeiro, a medida vai ajudar o Sistema Único de Saúde, pois a “epidemia está saindo dos hospitais privados para os hospitais públicos. Além da oferta de leitos, é importante o uso da evidência científica para o tratamento da pandemia”.

A fundação também participará de ensaios clínicos do grupo “Solidariedade” em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cujo foco é a pesquisa de um tratamento para a COVID-19. O estudo terá participação de especialistas de vários países com troca de informações e testes em pacientes. O Ministério da Saúde dedicou R$4 milhões de reais para o a pesquisa que será conduzida, ao mesmo tempo, em 18 unidades de pesquisa em 12 estados.

A diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Valdiléa Veloso, explicou que, inicialmente, 1.200 pacientes que aceitarem a testagem, serão submetidos a estudos que incluem o uso de remédios que estão sob avaliação de eficácia.

Os medicamentos em teste já existem e são hidroxicloriquina, rendesivir, lopinavir, ritonavir e Interferon 1-A. “É um desenho dinâmico que permite análises ao longo da realização do estudo e não no fim, como na maior parte dos estudos. Se aquela droga não funciona, ela sai. Se aparecer outro remédio promissor, ele pode ser incorporado e testado. São muitos pacientes colocados rapidamente em muitos países”, explica Valdiléa.

Para ela, quanto mais pessoas sendo testadas, mais rápida pode ser a resposta de um tratamento, mas é preciso ter cuidado. Estes remédios, se administrados sem orientação médica, podem causar intoxicação ou até morte, alerta a diretora do Instituto.

Os medicamos aprovados serão postos à disposição do SUS. “Nosso Instituto FarManguinhos terá condição de atender o SUS com a produção de medicamentos que forem avaliados com a melhor resposta terapêutica. Não adianta saber que os medicamentos são eficientes se a população não tiver acesso”, falou a presidente da FioCruz.

Atualmente, a Fiocruz conta com 1030 profissionais dedicados ao trabalho. A Secretaria de Saúde do estado do Rio está organizando um banco de dados com profissionais e a organização internacional Médicos Sem Fronteiras está colaborando com informações de enfrentamento à doença.

Por fim, a diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas destacou a importância do isolamento social. Ela disse que “Precisamos tentar achatar a curva de crescimento de casos para ter mais tempo para preparar nosso sistema de saúde. É preciso ter calma e aguardar a evidência científica sobre que remédios são eficazes para tratar essa doença. Se usarmos os remédios de forma aleatória, podemos ter muitas mortes por isso”.

Fonte: CNNBrasil



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