O presidente do STF, ministro Dias Toffoli que está oficialmente desde ontem, 20 de janeiro de recesso (férias) até o próximo dia 01 de fevereiro, teria confessado aos ministros Gilmar Mendes e o próprio substituto natural na presidência Luis Fux, sua pretensão em entregar o bastão da presidência para esse (Fux), antes do término do mandato em 12 de setembro de 2020.
Toffoli estaria cansado de tantas críticas e oposição ferrenha nas Redes Sociais do seu trabalho junto à presidência da Corte Suprema de Justiça.
Na entrevista concedida ao Canal Livre da Band no último domingo (19) de janeiro, o ministro deixou subliminarmente destacado em suas falas, o cansaço em comandar os trabalhos do judiciário brasileiro que não é só no STF. O presidente do STF também é o natural presidente do Conselho Nacional de Justiça.
Toffoli, em demasia durante a entrevista ao canal Band, deixou claro seu incômodo nos ataques sofridos pelas militância organizada nas Redes Sociais. Falou que é católico praticamente e tem um irmão padre, referindo-se à decisão que liberou a exibição do especial de Natal “A Porta dos Fundos” da Netflix. Também disse sobre a Prisão em Segunda Instância. O ministro salientou que está conversando com os presidentes das Casas do Congresso afim de acelerar e contribuir para que uma PEC seja aprovada no Congresso Nacional para por fim ao tema doloroso do trânsito em julgado na segunda instância.
Quanto a entrevista concedida em 16 de dezembro para o jornal O Estado de São Paulo sobre a Lava Jato ter destruído empresas que geravam impostos e empregos no Brasil, o presidente afirmou que as Redes Sociais não entenderam a entrevista concedida e começou uma avalanche de ataques promovidos por militantes digitais. Para o Canal Livre da Band, Toffoli deixou claro que nunca foi e nunca será contra a Lava Jato.
Toffoli reafirmou para jornalistas que diariamente cobrem os bastidores da notícia no STF que está muito ponderado a deixar a presidência do STF antes de 12 de setembro.
O bastão que foi passado para Fux ontem, 20 de janeiro, foi proposital, visto que Toffoli não teria pretensões de ausentar-se dos trabalhos na presidência da Corte. Vamos ver o que Fux fará nos próximos dias como presidente em exercício, visto que regimentalmente ele pode tomar decisões que alterem as tomadas por Toffoli. Caso isso se consolide, temas como juiz de garantias e A Porta dos Fundos poderão ser revistas por Fux, caso uma nova ação entre com pedido liminar no STF e, se isso ocorrer, só o plenário da Corte decidirá, o que na prática pode demorar até 1 ano, com Fux oficialmente na presidência.
Nos bastidores do STF o ministro Fux é conhecido por ser lavajatista e bem relacionado com a militância das Redes Sociais mais conservadora. Fux é juiz de carreira e assumiu a cadeira de ministro do STF em março de 2011 sendo a primeira indicação da então presidente Dilma Rousseff. Fux substituiu o ministro Eros Grau. Sua indicação se deu através de consulta da presidência entre a Associação de Magistrados.