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Editorial

coluna

Publicado: 29/07/2019 às 21h40min | Atualizado 30/07/2019 às 09h29min

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Garimpos, terras e mortes na Amazônia

A morte do cacique Emyra Wajãpi, de 68 anos, na última quarta-feira e que veio à tona no final de semana, causou repercussão..

A morte do cacique Emyra Wajãpi, de 68 anos, na última quarta-feira e que veio à tona no final de semana, causou repercussão internacional e deve aumentar a pressão internacional contra a política ambiental e indigenista do governo de Jair Bolsonaro. O presidente adiantou ontem (29) que há fortes indícios de que não houve assassinato, mas a Polícia Federal e o Ministério Público Federal atuam na investigação a partir de denúncias de invasão de terra por garimpeiros.

Essa não será apenas mais uma morte contra uma liderança indígena, mas marcará um momento e servirá de bandeira de luta de grandes debates. Os caciques brasileiros se consideram ameaçados e já foram até as principais lideranças mundiais, incluindo o Papa Francisco, pedindo apoio para manutenção das terras e das vidas. Aliás, essa deva ser a principal pauta do Concílio de Bispos da CNBB, em que Francisco I já confirmou presença.

A temática ambiental para a Amazônia e a causa indígena precisa ser conduzida com cuidados sob risco de tornar preciosa moeda de barganha em acordos internacionais que sejam importantes para o Brasil. A exemplo, o condicionamento desses temas e suas boas práticas junto às negociações de compras de produtos brasileiros. E o tema ambiental não se resume a mortes e invasões de terras indígenas, mas abrange o uso indiscriminado de agrotóxicos na produção de alimentos, desmatamento indiscriminado, trabalho escravo e muitos outros assuntos polêmicos na agenda do governo.

De outro lado, ha de se reconhecer da necessidade de encontrar soluções que sejam justas aos moradores tradicionais das terras, que vivem pisando em riqueza e vivendo em extrema pobreza, enganados e explorados de todas as maneiras; e, que as soluções sejam também justas para o País que detém os direitos de subsolo e não vem ganhando nada com isso, já que o grande filão das minerações cai na clandestinidade e essas riquezas saem pelo ralo, não gerando benefícios à Nação. Bom senso e equilíbrio podem geram respostas e soluções que contemplem todos envolvidos.


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