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PLANTÃO DE POLÍCIA

Governador do AM tem bens bloqueados por fraudes e secretária é presa

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), é um dos alvos da Operação Sangria, deflagrada na manhã de hoje pelo MPF (Ministério..

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Publicado: 30/06/2020 às 11h41min | Atualizado 30/06/2020 às 11h44min

Foto: Divulgação

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), é um dos alvos da Operação Sangria, deflagrada na manhã de hoje pelo MPF (Ministério Público Federal) e pela PF (Polícia Federal) para apurar fraudes na saúde cometidas no combate à pandemia do novo coronavírus. Lima teve os bens bloqueados pela Justiça e estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em 14 endereços ligados a ele.

A operação, que tem 20 mandados de busca e apreensão, ainda inclui oito mandados de prisão. Entre as pessoas presas está a secretária de Saúde do estado, Simone Papaiz. Ela assumiu a pasta em abril, no início da pandemia.

Além de Simone, um servidor, dois ex-funcionários da Susam (Secretaria de Estado da Saúde) e outras quatro pessoas foram presas

Alcineide Figueiredo Pinheiro, ex-gerente de compras da Susam

Cristiano da Silva Cordeiro, empresário que teria emprestado o dinheiro para a operação

Fábio José Antunes Passos, proprietário da empresa que vendeu os respiradores para o governo

João Paulo Marques dos Santos, secretário-adjunto da Susam

Luciane Zuffo Vargas de Andrade, dona da empresa que comprou e revendeu os respiradores para a loja de vinhos

Perseverando da Trindade Garcia Filho, ex-secretário executivo adjunto da Susam

Renata de Cássia Dias Mansur Silva, sócia da empresa que comprou e revendeu os respiradores para a loja de vinhos

Já o bloqueio de bens atingiu mais 12 pessoas físicas e jurídicas além do governador. No total, os bens bloqueados somam quase R$ 3 milhões. As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O governo do Amazonas foi procurado pela reportagem, por meio da Secom (Secretaria de Comunicação Social), mas até o momento não respondeu com um posicionamento sobre a operação deflagrada hoje.

Superfaturamento com respiradores

A suspeita da investigação é de superfaturamento na compra de respiradores e direcionamento ilegal para empresas contratadas. O MPF ainda investiga a lavagem de dinheiro das quantias provenientes do pagamento acima do valor de mercado e práticas para encobrir os crimes. Segundo o órgão federal, as ações tinham participação direta de Wilson Lima.

No último dia 10, o governo do Amazonas já tinha sido alvo da Operação Apneia, que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Manaus. A ação de hoje é uma continuação das investigações do MPF.

A apuração tem como destaque um caso revelado com exclusividade pelo UOL, ainda em abril. A administração amazonense adquiriu respiradores em uma importadora de vinhos. Os equipamentos, considerados inadequados para tratar pacientes da covid-19, têm uma suspeita de superfaturamento de, no mínimo, R$ 496 mil.



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