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PLANTÃO DE POLÍCIA

Governo do Pará divulga lista de mortos em massacre de Altamira

O governo diz que a rebelião foi causada por uma briga entre as facções Comando Classe A (CCA) e Comando Vermelho.

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Publicado: 30/07/2019 às 09h50min | Atualizado 30/07/2019 às 09h55min

O governo do Pará divulgou na manhã de hoje a lista dos 57 presos que foram mortos no motim ocorrido ontem no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do estado. Dezesseis presos foram decapitados e os demais podem ter morrido por asfixia devido à inalação da fumaça provocada pela queima de objetos dentro do presídio.

Antes, o anúncio havia sido feito na tarde de ontem por uma assistente social em frente à unidade prisional, para conhecimento das famílias que aguardavam por notícias. O governo diz que a rebelião foi causada por uma briga entre as facções Comando Classe A (CCA) e Comando Vermelho.

Veja abaixo o nome das vítimas do massacre:

  1. Admilson Bezerra dos Santos
  2. Adriano Moreira de Lima Ailton
  3. Ailton Paixão Rodrigues
  4. Alan Patrick dos Santos Pereira
  5. Alessandro Silva Lima
  6. Amilton Oliveira Camera
  7. Anderson dos Santos Oliveira
  8. Anderson Nascimento Sousa
  9. André Carlos Sousa Patrício
  10. Bruno Rogério Andrade
  11. Bruno Whesley de Assis Lima
  12. Carlos Reis Araujo Cleomar Silva
  13. Henrique Clevacio Soares Queiroz
  14. Deiwson Mendes Correa
  15. Delimarques Teixeira Pontes
  16. Deusivan da Silva Soares
  17. Diego Aguiar Figueiredo
  18. Diego Walison Sousa Reis
  19. Diogo Xavier da Silva
  20. Domingos Fernandes Castro da Silva
  21. Douglas Gonçalves Viana
  22. Edson Costa de Macedo
  23. Efrain Mota Ferreira
  24. Eliesioda Silva Sousa
  25. Evair Oliveira Brito
  26. Francisco Claudizio da Silva Ferreira
  27. Geidson da Silva Monteiro
  28. Gilmar Pereira de Sousa
  29. Hugo Vinicius Carvalho Ismael
  30. Souza Veiga Itamar
  31. Lopes Pinheiro Jelvane de Sousa
  32. Lima Jeová Assunção da Silva
  33. Luilson da Silva Sena
  34. João Nilson Felicidade Farias
  35. João Pedro Pereira Dos Santos
  36. José Brandão Barbosa Filho
  37. José Francisco Gomes Filho
  38. Josivan Jesus Lima
  39. João  Vinicius Carvalho
  40. Josicley Barth Portugal Josivan
  41. Irineu Gomes Josué Ferreira da Silva
  42. Junior da Silva Santos
  43. Kawe Reis Barbosa
  44. Leandro Silva Sousa
  45. Leonardo Dias Oliveira
  46. Luilson da Silva Sena
  47. Marcos Saboia de Lima
  48. Nathan Nael Furtado
  49. Francisco Claudizio da Silva Ferreira
  50. Natanael Silva do Nascimento
  51. Renan da Silva Souza
  52. Rivaldo Lobo dos Santos
  53. Rogerio Pereira de Souza
  54. Valdemar Alves Gonçalves
  55. Valdecio Santos Viana
  56. Vanildo de Souza
  57. Guedes Wesley Marques Bezerra

 

Transferência de presos

O governo, por meio do gabinete de gestão da Segurança Pública, determinou na noite de ontem a transferência imediata de 46 internos que estariam envolvidos na rebelião. Em nota, o governo afirma que 16 internos foram identificados como líderes de facções que teriam encabeçado o massacre. Dez deles serão transferidos para o sistema federal e os outros seis serão realocados em outras penitenciárias do estado.

A mudança de alguns dos internos para regime federal foi estipulada após diálogo entre o governador Hélder Barbalho (MDB) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Os familiares serão informados previamente em relação à lista de mortos, e um grupo de atendimento psicológico foi montado para atendê-los.

A rebelião 

O secretário extraordinário para assuntos penitenciários, Jarbas Vasconcelos, disse ontem que o motim foi provocado por “uma guerra de facções”. “Em Altamira, há uma facção local chamada Comando Classe A (CCA) e que divide o presidio com integrantes do Comando Vermelho, e que foram esses vítimas desse ato praticado pelos integrantes da organização criminosa CCA”

O ataque ocorreu, segundo Vasconcelos, logo após as celas serem destrancadas para o café da manhã, por volta das 7h. “O Comando Classe A rompeu o seu pavilhão e rompeu o pavilhão do Comando Vermelho. Foi um ataque de certa forma rápido, dirigido a exterminar os integrantes rivais”, disse o secretário. “Eles [integrantes do CCA] entraram, colocaram fogo, mataram e pararam o ataque. Foi um ataque dirigido, localizado.”

O CCA tornou-se recentemente aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que disputa com o Comando Vermelho a liderança dos presídios no Brasil.

Com capacidade para 208 pessoas, no momento das mortes a unidade tinha ao menos 101 presos a mais, segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe).

Mais de 100 mortos em prisões 

Há cerca de dois meses, outro estado do Norte do país foi palco de um massacre de internos. Em 26 de maio, 15 detentos foram mortos em Manaus, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Um dia depois, as autoridades amazonenses encontraram outros 40 corpos, totalizando 55 internos assassinados. Em 2017, esta mesma unidade registrou o assassinato de outras 56 pessoas.

Nos últimos anos, episódios parecidos aconteceram em Roraima e, no início deste ano, o Ceará viveu uma onda de violência ordenada por criminosos presos em penitenciárias do Estado, o que levou ao envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Estado.



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