O governo publicou ontem, em edição extra do Diário Oficial da União, um repasse de R$ 10 bilhões ao Ministério da Saúde para serem usados em ações de combate ao coronavírus. O dinheiro foi liberado por meio de abertura de crédito extraordinário. Esse tipo de dispositivo é usado em situações de calamidade pública, como é o caso da atual pandemia de coronavírus. Uma medida provisória entra em vigor assim que é publicada, mas o Congresso precisa aprovar o texto em até 120 dias. Também ontem o governo alterou o protocolo do SUS para uso dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina no combate à covid-19, doença causada pelo coronavírus. Agora os remédios poderão ser usados também para casos leves. Até então, o protocolo previa os remédios para casos graves.
A mudança no protocolo era um desejo do presidente Jair Bolsonaro, defensor da cloroquina no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus, mesmo que não haja comprovação científica de que a cloroquina seja capaz de curar a Covid-19. Estudos internacionais não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso. O uso da cloroquina foi o pivô da demissão dos dois últimos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Nenhum dos dois aceitou expandir o uso do remédio sem que sua eficácia contra a Covid-19 fosse comprovada. O novo protocolo do ministério que libera cloroquina não tem assinatura de responsáveis médicos. Como exige Bolsonaro, pelas novas regras, os médicos poderão utilizar o medicamento em qualquer paciente com Covid-19. Na prática, o protocolo vai garantir a utilização do medicamento até em casos leves. Até o momento, sua utilização está restrita a pacientes em estado grave.
Fonte: G1