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Diário da Amazônia

Governo prepara envio de tropas para deter desmatamento na Amazônia

Vice-presidente Hamilton Mourão informou que as tropas devem desembarcar no início do próximo semestre

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Publicado: 29/04/2020 às 18h01min

O governo planeja mobilizar novamente as Forças Armadas para combater o desmatamento e os incêndios na floresta amazônica, em um esforço para proteger a maior floresta tropical do mundo, onde a destruição aumentou desde o ano passado. A informação é do vice-presidente, Hamilton Mourão, que também comanda o Conselho Nacional da Amazônia. Ele disse que o país invocará a mesma medida com que mobilizou tropas para enfrentar os incêndios florestais no ano passado, um decreto de garantia da lei e da ordem (GLO), que precisa ser assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. “Brevemente vocês estarão vendo as nossas forças desembarcando na região amazônica e atuando firmemente contra as ilegalidades”, disse Mourão.

O desmatamento na Amazônia atingiu uma alta de 11 anos em 2019, quando incêndios devastaram a floresta tropical e levaram parte do mundo a acusar o Brasil de não fazer o suficiente para proteger o bioma. A destruição continuou a aumentar neste ano. De janeiro a março, o desmatamento na Amazônia brasileira cresceu 51% na comparação com um ano atrás, de acordo com dados de satélite preliminares. Mourão disse que neste ano o governo estabelecerá bases permanentes para militares, policiais federais e estaduais, agências ambientais e outras forças de segurança na Amazônia.

De acordo com Hamilton Mourão, o planejamento já está praticamente concluído para desencadear uma ação contra o desmatamento e preventiva contra as queimadas. Segundo o vice-presidente da República, as ações devem começar no início do próximo semestre, empregando não só as Forças Armadas em situação de garantia da lei e da ordem, como também Polícia Federal, Ibama, ICMBio, Força Nacional de Segurança Pública, as Polícias Militares estaduais, de modo que sejam estabelecidas bases permanentes ao longo deste ano.

Mourão antecipou que a atuação será concentrada inicialmente dentro das áreas de conservação, das terras indígenas e das terras federais que ainda não foram distribuídas, que ainda não foram adquiridas por particulares. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, disse que a GLO está nas mãos de Mourão. “Se for necessária uma nova GLO, as Forças Armadas estão prontas mais uma vez”, garantiu. Os planos de mobilização militar coincidem com sinais de que o governo está relaxando no cumprimento das proteções ambientais de rotina devido ao surto do novo coronavírus.

Uma autoridade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) disse que não poderá mandar tantos agentes para deter crimes ambientais por causa dos riscos de saúde. Ambientalistas temem que isso faça a destruição disparar ainda mais na floresta tropical, mas o Ibama informou que a redução de pessoal não ocorrerá na Amazônia, mas em outras áreas.

Fonte: Reuters



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