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Diário da Amazônia

Graça Foster e outros cinco diretores da Petrobras renunciam

A presidente da Petrobras, Graça Foster, e outros cinco diretores da empresa renunciaram ao cargo, informou a estatal nesta quarta-feira..

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Publicado: 04/02/2015 às 11h27min | Atualizado 08/04/2015 às 15h33min

A presidente da Petrobras, Graça Foster, e outros cinco diretores da empresa renunciaram ao cargo, informou a estatal nesta quarta-feira (4).
Em comunicado ao mercado emitido na manhã desta quarta, a empresa afirma que “o Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para eleger nova Diretoria face à renúncia da Presidente e de cinco Diretores”.

O comunicado atende a pedido da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a xerife do mercado financeiro, a respeito de reportagem da Folha de S.Paulo desta terça (3), informando que o Palácio do Planalto já havia avisado Graça de que ela seria substituída no cargo.

A CMV pediu esclarecimentos após a notícia causar uma forte alta nas ações da empresa durante o pregão de terça. As ações ordinárias (com direito a voto) fecharam em alta de 14,24% e bateram em R$ 9,79. As preferenciais (sem direito a voto) tiveram alta de 15,47%, a R$ 10.

A troca na presidência só não ocorreu ainda por falta de um sucessor imediato a Graça Foster. Alguns dos cotados mostraram resistência em assumir o cargo antes da atual diretoria resolver os problemas do balanço financeiro da empresa.

Dilma e a presidente da estatal se reuniram nesta terça em Brasília, após a Folha revelar a decisão presidencial de deflagrar a alteração na cúpula da petroleira.

NOME DO MERCADO

O Palácio do Planalto procura um nome de fora da companhia, de preferência do mercado, que dê um choque de credibilidade à empresa, mas tem enfrentado dificuldades para encontrar um executivo que se disponha a assumir o controle da estatal em meio ao maior escândalo de corrupção de sua história.

Na sexta (30), Graça Foster reclamou com a presidente sobre a pressão que vem sofrendo e colocou, novamente, seu cargo à disposição.
Ao contrário das negativas anteriores, desta vez Dilma concordou com a saída da auxiliar, de quem é amiga. A posição de Dilma só mudou depois que o Conselho de Administração da empresa divulgou, na semana passada, uma baixa em seus ativos da ordem de R$ 88 bilhões, fruto de desvios e ineficiência na execução de projetos.

O número acabou fora do balanço não auditado referente ao terceiro trimestre de 2014, mas enfureceu Dilma, que considerou a conta descabida e superestimada. Para ela, conforme definiram assessores, a sua mera divulgação foi um “tiro no pé.”
Na opinião de ministros, a chefe da empresa jamais poderia ter deixado que os consultores contratados para fazer o cálculo chegassem a um número tão alto sem contestação da metodologia.

O episódio acabou deteriorando ainda mais a situação financeira da Petrobras, que perdeu quase 3/4 de seu valor de mercado nos últimos anos devido à política de investimentos considerada inflada e à corrupção.

Dilma deflagrou no fim da semana passada o processo de escolha de possíveis substitutos para o comando da Petrobras. A operação ficou a cargo do ministro Joaquim Levy (Fazenda).

O ex-presidente Lula deve sugerir o nome de Henrique Meirelles para a vaga. Ele e Dilma se encontrarão em Belo Horizonte no evento de comemoração dos 35 anos do PT. Assessores presidenciais ponderam que ela não simpatiza com Meirelles.

Outro que está no radar de auxiliares presidenciais é Murilo Ferreira, da Vale. Um ministro considera, no entanto, arriscada a indicação do executivo. O mercado espera uma opção menos identificada com Dilma, assim como foi feito na Fazenda.

Executivos foram sondados para ocupar o Conselho de Administração da Petrobras, mas a não divulgação do prejuízo com a corrupção adiou a definição do “grupo de notáveis”.



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