Porto Velho/RO, 19 Março 2024 10:04:02

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 06/08/2020 às 08h35min | Atualizado 06/08/2020 às 08h36min

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Impeachment em Rondônia é moeda de troca para vereadores e deputados

Um caso de maldade A questão elementar sobre a Amazônia, feita pelo menos desde que sementes de seringueira foram contrabandeadas para o..

Um caso de maldade

A questão elementar sobre a Amazônia, feita pelo menos desde que sementes de seringueira foram contrabandeadas para o Jardim Botânico Real inglês pelo biopirata Henry Wickham, é se existe um complô internacional para tirar a Amazônia do Brasil.

Vasta literatura aponta para o consenso de que a Amazônia é patrimônio da humanidade e sua maior parte pertence à soberania brasileira, resguardadas as normas internacionais em vigor. Significa que os povos da floresta são mais os zeladores e os pagadores das contas de manutenção da “propriedade” que propriamente seus donos e beneficiários. Assim compreendido, a nova questão é se existe um complô maldoso para impedir que os povos-zeladores usem e protejam o patrimônio mundial.

O governo, embora dividido em diversas alas, que vão da extrema-direita ao centro liberal, supõe que, sim, trata-se de maldade: uma orquestração de “gafanhotos verdes” (ambientalistas, ongs), ricos e concorrentes internacionais.

O livro “O Futuro da Amazônia no Brasil: Uma Tragédia Mundial”, de Marcílio e Marilene Freitas, professores da Universidade Federal do Amazonas, reforça a tese de que há maldade, de fato, mas sustenta que ela vem dos destruidores da floresta. Neste caso, onde estará a bondade? Provavelmente em combater o crime, punir a prevaricação e deixar os verdadeiros donos decidirem como preferem usar a floresta.

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Olho no vizinho!

Acre e Rondônia estão para Brasil e Argentina naquilo que se denominou “efeito Orloff”, o que significa que o que acontece hoje lá, ocorre amanhã aqui. Tem sido assim até em crimes políticos. Mas neste caso é a estiagem severa, já estimada a pior dos  últimos 15 anos para o Acre, que faz Rio Branco, a capital acreana – que pode estudar um possível racionamento do precioso líquido -, tendo em vista a redução drástica dos níveis dos seus mananciais. E nosso amado e idolatrado Madeirão segue o mesmo ritmo de queda, assim como nossos igarapés. Lá e cá…

Maconha peruana

Não é surpresa para ninguém o fato de Rondônia operar como uma grande Ceasa (leia-se central de abastecimento) das drogas. Recebe maconha do Paraguai para redistribuição no Norte e cocaína da Bolívia e do Peru traficado através do Acre, para levar aos grandes centros consumidores do Rio e São Paulo. A novidade agora é que com a queda na produção da “erva” no Paraguai (com os gafanhotos em ação…), o Peru passou a produzir em grande escala, fornecendo maconha para o Acre e Rondônia

Impeachments

Meses depois de serem anunciados, os processos de impeachment (afastamento|) dos governadores do Rio de Janeiro e do Amazonas estão virando em brisa. É o velho modus operandi já consagrado em Rondônia: deputados e vereadores anunciam impeachments de governadores e prefeitos e depois correm negociar os votos. Nos últimos anos a coisa está cada vez mais descarada. Negocia-se apoio em troca de nomeações de apaniguados, parentes e da venda superfaturada com fornecimento de marmitex a presídios a lavagem de roupa dos hospitais. Sem esquecer os esquemas de vigilância… 

Semana decisiva

Em Porto Velho a semana é considerada decisiva, sendo aguardado o anuncio do pronunciamento do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) se vai concorrer ou desiste do seu projeto de reeleição. O panorama muda muito com sua desistência já que o prefeito tucano lidera uma coalizão poderosa e concorrendo seria um dos protagonistas da temporada. Não concorrendo, começa uma corrida pelo seu apoio e dos partidos sob sua influência, uma meia dúzia.

Apoio de Rocha

O governador Marcos Rocha deve participar das eleições municipais deste ano apoiando alguns aliados que poderão se tornar até seu vice na campanha da reeleição em 2022. Os alcaides queridos de Rocha são Thiago Flores, de Ariquemes e Eduardo Japonês, de Vilhena, ambos com boas chances de reeleição. E quem obter a vitória mais expressiva poderá se tornar o vice de Marcos Rocha no próximo pleito estadual.

Via Direta

*** Mesmo com as aberturas comerciais na era do coronavirus em Rondônia, o setor hoteleiro segue urrando. Muitos hotéis fecharam definitivamente, outros foram alugados, como o Samaúma e Vitória na região central para órgãos públicos *** Que Argentina azarada, gente, que zica! já está na quarta onda de nuvens de gafanhotos. Parece  uma praga egípcia, ressurgida no Paraguai e que até agora não chegou ao Brasil *** Lembrando que em décadas passadas a praga atingiu  o Mato Grosso pesadamente e chegou até Vilhena em Rondônia *** Trocando de saco para mala: Vilhena, que começou bem no combate ao Coronavirus, desandou nas últimas semanas *** Os restaurantes que conseguiram  manter as portas abertas  na região central de Porto Velho, apesar da pandemia do covid-19 falam em movimento baixo, mas  seus proprietários se manifestaram esperançosos em melhores dias.


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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