Um grupo de mais de 200 indígenas e servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) fecharam a BR-364 sobre a ponte do distrito de Riozinho, entre Pimenta Bueno e Cacoal, por volta das 11h desta quarta-feira (27), para protestarem contra a municipalização da saúde indígena em Cacoal (RO). Barricadas foram colocadas no local e impediu a passagem de veículos.
De acordo com as informações, o protesto é contra a municipalização da saúde indígena no Brasil, diante da possível extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Uma reunião em foi realizada em Porto Velho, onde foi discutido o assunto e a organização do protesto contra a municipalização da saúde indígena. Segundo os manifestantes, a saúde indígena não está recebendo repasse de dinheiro.
Após cerca de duas horas de bloqueio, o tráfego foi liberado, porém os manifestantes afirmam que novos bloqueios devem ocorrer nos próximos dias.
Nesta quarta-feira, indígenas também fizeram protesto em Candeias do Jamari (RO), a cerca de 20 quilômetros da área central da capital, e também fecharam a rodovia federal. Na cidade, dezenas de manifestantes fecharam a rodovia até por volta de 15h20. O ponto de bloqueio foi feito perto da ponte do rio Candeias.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o protesto contra a municipalização da saúde indígena foi pacífico. O grupo impediu o tráfego de veículos entre Candeias do Jamari e Porto Velho. Os agentes rodoviários acompanharam de perto o manifesto.
Em nota, o Ministério da Saúde esclarece que “a realização de ações na Atenção à Saúde Indígena desenvolvidas pela Secretaria Especial de Saúde indígena (SESAI) é uma das atribuições da pasta e que as eventuais mudanças no desenvolvimento dessas ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda estão sendo objeto de análise e discussão.
É importante deixar claro que não existe, no momento, medida provisória do governo federal que modifica a política indigenista do país e municipaliza os serviços de saúde de indígenas.
Cabe ressaltar que não haverá descontinuidade das ações. Para isso, o Ministério tem se pautado pela garantia da continuidade das ações básicas de saúde, a melhoria dos processos de trabalho para aprimorar o atendimento diferenciado à população indígena, sempre considerando as complexidades culturais e epidemiológicas, a organização territorial e social, bem como as práticas tradicionais e medicinais alternativas a medicina ocidental.”