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Diário da Amazônia

Setor industrial trava economia com números negativos em 2019

Neste início de 2019, a indústria é um setor estagnado, já que o crescimento obtido em fevereiro foi suficiente apenas para compensar o..

Por Redação
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Publicado: 04/04/2019 às 09h14min | Atualizado 04/04/2019 às 09h29min

Foto: Gilson Abreu/FIEP

Neste início de 2019, a indústria é um setor estagnado, já que o crescimento obtido em fevereiro foi suficiente apenas para compensar o retrocesso de janeiro. Ou seja, andamos em círculo em torno de um ponto de baixíssimo dinamismo atingido após um trimestre recessivo como foi o de outubro a dezembro do ano passado.

Pode ser que estejamos passando por um período menos adverso, isto é, por uma fase de estabilização, mas não deve ser descartada a hipótese de que a produção de fevereiro tão somente reagiu a uma necessidade de recomposição de estoques. De um modo ou de outro, o que não dá para afirmar com certeza é que estamos vendo um retorno do crescimento industrial.

De acordo com as informações divulgadas pelo IBGE, em fevereiro, o resultado da indústria na série com ajuste sazonal foi de apenas +0,7% ante jan/19. Em relação a um ano atrás, o quadro parece menos adverso à primeira vista. Registrou crescimento de +2% ante fev/18, devido a avanços em 16 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE. É preciso ter em conta, porém, a ajuda do efeito calendário, com fev/19 tendo dois dias úteis a mais do que fev/18. Além disso, esta alta tampouco fez frente ao declínio de janeiro (-2,4% ante jan/18).

Assim, no 1º bimestre de 2019 o saldo é de virtual estagnação: -0,2% frente ao mesmo período do ano anterior. São 54% dos ramos industriais no vermelho neste bimestre, alguns deles, inclusive, já tendo apresentado perdas no 4º trim/18, como nos casos de têxteis, calçados e couros, produtos de madeira, borracha e plástico, químicos, outros equipamentos de transporte e informática e eletrônicos.

FEVEREIRO APENAS  COMPENSOU JANEIRO RUIM
A partir dos dados da Pesquisa Industrial Mensal do mês de fevereiro divulgados ontem pelo IBGE, a produção industrial nacional registrou incremento de 0,7% frente ao mês de janeiro de 2019, para dados livres de influência sazonal. O acumulado de doze meses acusou expansão de 0,5% e o acumulando do ano apresentou decréscimo de 0,2%. Em comparação a fevereiro de 2018 houve aumento de 2,0%.

CATEGORIAS DE USO
Na comparação com o mês anterior, para dados sem influência sazonal, dos cinco segmentos analisados quatro apresentaram incremento: bens de capital (4,6%), bens duráveis (3,7%), bens de consumo (1,6%) e bens semiduráveis e não duráveis (0,7%). Por outro lado, o segmento de bens intermediários apresentou retração de 0,8%.

SETORES
Na comparação com fevereiro de 2018, houve expansão no nível de produção em 17 dos 26 ramos pesquisados: fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (16,4%), fabricação de produtos diversos (8,0%), impressão e reprodução de gravações (6,8%), coque, produtos derivados de petróleo e biocombustível (6,8%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (6,1%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (6,1%), fabricação de bebidas (5,0%), fabricação de produtos de minerais não-metálicos (4,6%), fabricação de produtos alimentícios (4,2%), fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,7%), fabricação de máquinas e equipamentos (3,5%), fabricação de móveis (3,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (2,8%), fabricações de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria (1,9%), fabricação de outros produtos de transporte, exceto veículos automotores (1,6%), fabricação de têxteis (1,6%), fabricação de produtos de borracha e material plástico (0,1%).

DECRÉSCIMO
Os demais segmentos apresentaram decréscimos na mesma base de comparação, sendo os maiores em: fabricação de produtos de fumo (-15,7%), fabricação de produtos de madeira (-7,5%), fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,1%), fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-3,0%), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-2,4%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-2,1%) e metalurgia (-1,6%).
Por fim, na comparação do acumulado do ano de 2019, frente igual período do ano anterior, a produção industrial apresentou crescimento em 12 dos 26 ramos analisados, sendo os maiores: fabricação de produtos diversos (8,3%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,7%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (6,6%), coque, produtos derivados de petróleo e biocombustível (3,8%), fabricação de bebidas (2,9%), fabricação de produtos de minerais não-metálicos (2,7%) e fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal (2,5%).

CONTRAMÃO
Em sentido oposto, os demais segmentos apresentaram retrações na mesma base de comparação, sendo os mais expressivos: fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,3%), fabricação de produtos de fumo (-10,7%), fabricação de produtos de madeira (-7,9%), fabricação de produtos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,5%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-4,2%), outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-3,5%), fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-3,4%) e fabricação de máquinas e equipamentos (-3,0%).



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