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Diário da Amazônia

Destaque: Janaina Paschoal, manteve o discurso e não poupou nem o presidente!

Janaina obteve 2 milhões de votos e quase foi vice-presidente na chapa de Bolsonaro, porém recuou no último dia. Conheça os bastidores!

Por Victoria Angelo Bacon.
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Publicado: 29/12/2019 às 12h42min | Atualizado 29/12/2019 às 13h02min

 

Janaina Paschoal foi eleita deputada estadual por São Paulo e campeã de votos no Brasil nas eleições 2018.

1. Quem é Janaina?

A advogada e professora Janaína Paschoal (PSL) é a deputada mais votada na história do país.
Na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo, a candidata recebeu 2.031.829 votos (98,25% das urnas apuradas) e superou o recorde histórico para o legislativo estadual e federal.
Ela teve mais votos do que 10 dos 13 governadores eleitos no primeiro turno. Ela conseguiu mais votos, por exemplo, do que Paulo Câmara, reeleito em Pernambuco com 1.918.219 votos.

Janaina agradece os votos recebidos nas eleições 2018 em sua conta na Rede Social Twitter.

Obteve o grau de doutora em direito penal pela Universidade de São Paulo em 2002, orientada por Miguel Reale Júnior, com a tese Constituição, Criminalização e Direito Penal Mínimo. Atua na linha de pesquisa do direito penal econômico.
Foi uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, junto com Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, e participou ativamente na tramitação do processo na Câmara dos Deputados e no Senado.

2. As tretas.
É difícil que alguém acredite no relato de que Janaína Paschoal é muito doce e tranquila no dia-a-dia, tanto nas relações pessoais quanto profissionais. E ela ouviu este ano de muitos colegas deputados que faziam uma imagem completamente diferente, de pessoa brava, que tratasse mal ou de maneira agressiva os demais. Ela definitivamente não é assim. “Agora, tem hora que não dá”, admite a deputada.
“Quando há essas explosões, eu sempre reflito e acho que poderia ter feito diferente”, confessa Janaína Paschoal.

3. Bolsonaro foi mal orientado.

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) fez duras críticas ao fato do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) ter ido contra o ministro da Justiça Sérgio Moro e sancionado a lei do seu pacote anticrime, com vetos a 25 itens do texto aprovado pelo Congresso, mantendo a criação do Juiz de Garantias.
“Eu só queria entender o que a pessoa que aconselhou Bolsonaro disse para convencê-lo a sancionar o juiz de garantia? O que essa pessoa falou em termos de ganhos para o sistema penal do país?”, pergunta ela neste sábado (28) pelo Twitter.

4. Flávio Bolsonaro cometeu peculato.
A deputada disse em entrevista ao Estadão nesta quinta-feira 26/XII que o senador Flávio Bolsonaro cometeu crime, desviou dinheiro público e tem de ser punido.
“Ao que tudo indica, infelizmente, o Flávio cometeu peculato e utilizou funcionários para desviar dinheiro público. Tecnicamente falando, não vejo a lavagem (de dinheiro), mas o peculato vejo. E ele tem que responder”.

5. Brasileiros não acreditam mais em verdades.

Muitas pessoas tentam enquadrar a deputada Janaína Paschoal em algum estereótipo. É o maior erro de análise que se pode fazer. Ela não aceita pacotes prontos de ideias na política, na academia, nos relacionamentos pessoais, em religião, em nada. Exatamente por isso eu tinha tanto interesse em saber as análises dela depois de um ano de vivência real na “Real Politik”, à qual foi alçada por mais de 2 milhões de votos, a maior votação da história do legislativo brasileiro.
Embora tenha tido uma atuação política bastante destacada e debatida durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a professora de Direito não havia vivenciado a dinâmica de um mandato eletivo, da relação com os pares e cobranças da sociedade.
“Eu percebi que não é culpa dos deputados, as pessoas vão lá pedir!”, conta Janaína Paschoal. Várias pessoas já pediram à deputada que crie datas comemorativas e ela, que continua sendo crítica desse tipo de projeto, passou a adotar a postura de sugerir que o cidadão busque algum colega que tenha mais relação com a bandeira proposta pela data. “É um pleito da sociedade, não é culpa do deputado. O deputado apanha e é criticado por fazer coisas que são solicitações da sociedade. Essa reflexão tem de ser feita e mais pessoas têm de falar isso claramente”, defende a deputada. Sem clareza, é impossível saber se a nossa sociedade quer prosseguir com esse processo ou mudar”.

 

Janaina tem em seu gabinete na Alesp em São Paulo o slogan “Eu não me calo” fixado para visitantes e eleitores.

6.Sobre Bolsonaro.

O único risco é ele querer ficar criando conflito, entendeu? Esse é o problema. Uma coisa é você ser uma liderança de conflito, que pode até ser algo muito útil, a depender do momento histórico. Mas uma coisa que me preocupa é a liderança criar o conflito”, diz Janaína Paschoal sobre Jair Bolsonaro.

Janaina declinou de ser vice na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro nas eleições 2018.

 

7. Eduardo e Carlos, os filhos.

Em entrevista à coluna, Paschoal contou ter alertado o presidente sobre o clima ruim no PSL ainda na campanha, que as publicações de Carlos Bolsonaro no perfil do pai já cansaram e Eduardo Bolsonaro ainda é “muito imaturo”.
Qual é o futuro de Bolsonaro?
Tem tudo para fazer um excelente governo: tem apoio popular, excelentes ministros, ainda tem uma base. Está faltando conciliar esse povo. Ainda vejo a possibilidade, mas tem de querer.

8. O AI-5 sugerido por Guedes e Eduardo Bolsonaro.
Pensar em qualquer retrocesso, como um Ato Institucional, me parece completamente descabido”, disse Janaina, à BBC Brasil. “Não tem sentido, vivemos numa democracia, trabalhamos e lutamos muito, eu em especial, com tudo o que eu fiz, para a preservação da democracia, na sua concretude, não só no papel”, complementou a parlamentar.
O Ato Institucional número 5 (AI-5) foi o mais duro instituído pela ditadura militar, em 1968, ao revogar direitos fundamentais e delegar ao presidente da República o direito de cassar mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e Estados. Também suspendeu quaisquer garantias constitucionais, como o direito a habeas corpus. A partir da medida, a repressão do regime militar brasileiro tornou-se mais dura.

A Constituição da República de 1988 rejeita instrumentos de exceção e destaca, em seu primeiro artigo, como um de seus princípios fundamentais, que a República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito.

 

 

 

 

O texto foi pesquisado nos sítios eletrônicos Gazeta do Povo, Portal UOL/Folha e página da deputada na Alesp.



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