A Casa da Cultura Ivan Marrocos abrirá suas portas para a I Mostra Fotográfica “O olhar de Dandara Camargo Fona”, com registros de imagens capturadas durante a II Expedição Amazônica, realizada por mestrandos do curso de Geografia, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), que partiu de Porto Velho e percorreu seis localidades do Pará.
A mostra inicia hoje e termina dia 26 setembro e inaugura, de maneira simbólica, a galeria José Alves Pereira Fona. No total, serão expostas cerca de 50 fotos, entre elas, paisagens, pessoas, detalhes, monumentos e artesanatos.
A adolescente de 13 anos, estudante do 8º ano do Ensino Fundamental, se identificou com a fotografia bem cedo: aos nove anos, durante uma viagem com a família, seus parentes identificaram que o olhar e o cuidado da menina com os registros era diferente. “As fotos ficaram relativamente bem trabalhadas. Fotografei paisagens, lugares e imagens ligadas à minha família, que possui vários artistas, entre músicos, pintores, escultores, a maioria paisagistas”, conta.
Afirma que o gosto pela fotografia foi apurado aos 12 anos, ela é a responsável pelos registro fotográfico do trabalho da mãe, Angelsea Camargo, mestranda do curso de Geografia da Unir e uma das integrantes da expedição que percorreu o Pará. “Minha mãe é especialista em Biojoias e acompanho o trabalho dela. Como seus colegas já conheciam minhas fotos, fui convidada a participar do evento como pesquisadora Júnior”, explica Dandara.
A mostra que inaugura a galeria José Alves Pereira Fona, homenageia um dos ícones das artes plásticas de Porto Velho e coincidentemente, um importante membro da família da jovem fotógrafa.
A II Expedição Amazônica foi realizada entre os dias 8 de julho e 10 de agosto e percorreu as localidades Oriximiná, Juruti, Porto Trombetas, Santarém, Alter do Chão e Belterra, no Pará. Os mestrandos, durante o desenvolvimento das pesquisas – voltadas à cultura regional – identificaram situações e localidades diversas, além do intercâmbio entre as comunidades visitadas. Todos os detalhes foram capturados pela câmera de Dandara Camargo. “Tirei mais de mil fotos durante a expedição e selecionar as 50 para a exposição, acredito que foi a parte mais difícil”, garante. Quando indagada sobre o que mais gostou durante os dias que acompanhou a equipe de mestrandos, a resposta é rápida e seguida de um sorriso: “de tirar as fotos”, ressalta.
A postura da jovem fotógrafa chega a ser quase de uma adulta. Transmite confiança nas palavras e talvez por isso, tenha sido dela a condução do trabalho registrado durante a expedição dos mestrandos. Da viajem será editado um livro, a ser ilustrado com as fotos do projeto, tiradas por Dandara Camargo, que atuou de maneira voluntária. “Durante a expedição, a rotina iniciava por volta das 8h e encerrava ao final do dia”, lembra.
No total, foram 32 dias de atividades, durante a segunda edição do projeto Expedição Amazônica, realizado pelo Departamento de Geografia da Unir.
Dandara Camargo é filha única do casal Angelsea Camargo Fona e Adilton Luiz Rodrigues de Oliveira, que sempre incentivaram a participação dela em atividades de cunho artístico e esportivo. Fora as atividades escolares, Dandara treina basquete e estuda música, toca violão e guitarra. “Tenho uma vida normal, acordo cedo, vou para a escola, faço meus deveres e brinco com meus colegas”.
A mãe conta que a música faz parte da vida de Dandará há cerca de cinco anos e a motivação vem de família. “Venho de uma família de artistas”, lembra Angelsea. A família mora em Porto Velho há três anos e veio do Rio de Janeiro, transferida com Adilton Luiz, que é militar. Angelsea Camargo é designer com especialização em Biojóia e trabalha com artes plásticas, de maneira geral. Aproveitou a chegada a Porto Velho e se dedicou aos estudos, iniciando o curso de mestrado em Geografia. Em pouco tempo, a escolha dela terminou cruzando o destino da filha, Dandara Camargo, que aproveitou a oportunidade de registrar as atividades da mãe, e com isso desenvolver sua aptidão para a fotografia.
Decididos a continuar incentivando e dando o apoio à filha, os pais da jovem estão presentes em cada detalhe, mas lembram que são eles que decidem o que ela delineia para o futuro. “Procuramos dar habilidades para ela, sem a intenção que se profissionalizasse e sim, que desenvolvesse as várias diversidades artísticas”, pontua o pai, Adilton Luiz.
Quando a pergunta é relativa ao futuro, Dandara Camargo responde com mesma maturidade, incoerente com tão pouca idade: “Quero aprimorar o trabalho, fazer mais cursos. Aprender a tirar fotos de cidades, de pessoas, expandir o conhecimento”.
De acordo com os pais de Dandara, ela possui acervo com fotos que fez com a família para a Argentina, Chile e Canadá que podem ser expostas numa outra mostra.
A exposição “O olhar de Dandara Camargo Fona” ficará aberta ao público em geral de 18 a 26 de setembro, em horário comercial.