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PLANTÃO DE POLÍCIA

Justiça determina a prisão de fazendeiros

O magistrado também autorizou busca e apreensão nas fazendas.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 22/12/2017 às 05h00min

As vítimas são diretores da Associação dos Produtores Rurais da Comunidade do Igarapé Arara

A Justiça de Canutama, no interior do Amazonas determinou a prisão temporária de dois fazendeiros, que não tiveram os nomes divulgados, suspeitos de participação no desaparecimento de três trabalhadores rurais, no município de Canutama. A Polícia Civil do Estado procura os suspeitos. O magistrado também autorizou busca e apreensão nas fazendas.

As vítimas são diretores da Associação dos Produtores Rurais da Comunidade do Igarapé Arara. Flávio Lima de Souza, de 38 anos; Marinalva Silva de Souza, 34, e Jairo Feitoza Pereira, desapareceram na última quinta-feira, dia 14 de dezembro deste ano, quando saíram para fotografar e fazer levantamento da área para encaminhar ao Incra. O local, considerado de difícil acesso, é conhecido por ser uma área de conflito por posse de terras.

As famílias de trabalhadores rurais sem-terra reivindicam a destinação das terras da União, na localidade conhecida como Araras, para a criação de assentamento da reforma agrária. Mas uma empresa do ramo madeireiro afirma ser dona das terras. A questão está na Justiça.

Canutama fica no sul do Amazonas, a mais de 600 quilômetro de Manaus. O município está na divisa com Rondônia e fica mais perto da capital Porto Velho, cerca de 50 quilômetros.

No dia primeiro de dezembro, Flávio – presidente da associação e um dos desaparecidos, procurou a Comissão Pastoral da Terra para relatar ameaças que o grupo estava sofrendo, como conta Maria Petronila, coordenadora da CPT em Rondônia.
Marinalva, a vice-presidente da associação, também desaparecida, registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Humaitá, no fim de novembro, após tratores destruírem as manilhas que facilitavam o acesso da comunidade.

A coordenadora da CPT relata que os trabalhadores rurais do assentamento estão revoltados. Para eles, as lideranças foram vítimas de uma tocaia.

Equipes da DIP de Humaitá e da 62ª DIP de Canutama, com o reforço de integrantes do Comando de Operações Especiais (COE) e o Canil, ambos da Polícia Militar do Amazonas, além de militares do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia (CBMRO), peritos de Rondônia e 11 militares do Exército Brasileiro, participam das buscas pelos desaparecidos.

Disputa de terras

De acordo com o titular da DIP de Humaitá, os desaparecidos e os fazendeiros estão envolvidos em uma disputa de terras, localizadas em uma área pertencente à União. “A Polícia Civil está trabalhando com o intuito de localizar os três desaparecidos com vida. Peritos e bombeiros do estado de Rondônia, assim como policiais militares do Amazonas, estão nos auxiliando nas buscas”, concluiu. (Com informações do site fato Amazônico)



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