O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, negou nesta segunda-feira (12/8) pedido para soltar o investigado Danilo Cristiano Marques, um dos presos no mês passado pela Polícia Federal sob suspeita de invadir os telefones celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, e de outras autoridades.
Ao analisar o caso, o magistrado entendeu que a prisão do investigado é necessária, para não atrapalhar as investigações.
“Existe a necessidade de esclarecer os 60 chips de celular encontrados na casa dele, além do uso de seu endereço por Walter Delgatti Neto, o ‘vermelho’, que assumiu a autoria das invasões. Além disso, há indícios de participação direta de Danilo nas fraudes bancárias e estelionatos praticados pelo bando, sendo plausível ter adquirido os 60 chips apreendidos em seu poder para tal prática”, diz.A liberdade foi pedida pela Defensoria Pública da União (DPU), que alegou no processo que as acusações contra Marques não têm relação com a quebra de sigilo das autoridades.
O juiz também negou um pedido da Editora Abril e da Folha de S.Paulo para a realização de entrevistas com Walter Delgatti.
“Tal realização ocasionaria tumulto para as investigações que ainda não foram concluídas. O investigado já prestou alguns depoimentos perante à autoridade policial que poderiam ser distorcidos de forma a comprometer o trabalho investigativo”, diz.
Organização Criminosa
Os suspeitos foram presos pela PF na operação spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica, que procura enganar uma rede ou uma pessoa, fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.