LENHA NA FOGUEIRA

 

Ontem foi o Dia Nacional da Cultura, a data foi criada em homenagem ao poeta Ruy Barbosa nascido em 5 de novembro de 1849.

 
E lá vem o radical questionar, “Não temos nada a comemorar em se falando de cultura”. E respondemos, temos sim, ou será que cultura é apenas ser contemplado com subsídios governamentais?

 
Cultura é fazer valer nossas opiniões independente a quem elas sejam dirigidas ou questionadas. Cultura é respeitar os valores religiosos e os costumes do povo.

 
Cultura é mostrar o que sabemos fazer, independente de termos ou não apoio. Quando fazemos cultura pensando apenas em conseguir apoio governamental, estamos praticando a cultura da politicagem e não política cultural, essa sim, deve ser uma ação de governo e não do governador.

 
Durante a campanha política muito se questionou sobre a cultura no estado de Rondônia e nenhum dos candidatos apresentou realmente um Projeto que beneficie os segmentos culturais no nosso Estado. Era só blá blá blá e nada mais.

 
Basta lembrar que o nosso maior patrimônio cultural, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, encontra-se em lastimável situação de abandono e ninguém toma providências. O que vemos é o Ocampo e alguns poucos “Clamando no deserto” e ninguém toma providência no sentido de salvar pelo menos o que ainda resta da Madeira-Mamoré.

 
Terça-feira, dia 4, aconteceu na Funcultural à reunião do Conselho de Cultura e na ocasião o tema Madeira-Mamoré foi colocado em discussão. Conversa vai coversa vem, o presidente Marcos Nobre Jr. apresentou um mapa de planejamento da prefeitura, via Funcultural, que destina se não me engano R$ 250 mil para iniciar os trabalhos de recuperação do patrimônio.

 
Por sugestão da professora Yedda Bozarcov formou-se uma Comissão de Conselheiros voluntários para acompanhar o trabalho de recuperação da EFMM. Agora a questão é a seguinte: Será que R$ 250 mil vai dar para pelo menos se pagar a elaboração do Projeto?

 
Presente à reunião o museólogo Antônio Ocampo sugeriu ao presidente da Funcultural, Marcos Nobre, que convença o prefeito a devolver a administração da Madeira-Mamoré ao Patrimônio da União o mais urgente possível. “Faça isso Marquinho, que você estará livrando o prefeito de mais uma saia justa”.

 
Na manhã de ontem fomos informados que o Dr. Ricardo Leite estava agendando uma reunião com o prefeito Mauro Nazif e para isso convidou várias pessoas da sociedade porto-velhense, com o objetivo de convencer o prefeito a acatar a sugestão e devolver a administração da EFMM para o Patrimônio da União.

 
Parece que o Ministério Público Federal e a Procuradoria Geral da União dentro em breve farão vistoria no complexo e caso constatem que nada foi feito no sentido de se recuperar os danos causados pela enchente do Rio Madeira, a prefeitura vai ter que pagar multa inicialmente por algum atraso depois por dia de atraso. Só a primeira parcela supera a grana que está disponível na Funcultural.

 
Pergunto! Temos ou não temos o que comemorar no Dia da Cultura. Pois nossas fontes dão conta que o Exército está interessado em assumir a administração da restauração ou recuperação do nosso patrimônio histórico cultural.

 
Aliás, devemos lembrar que foi o Exército Brasileiro, cumprindo ordens superiores, que através do 5° Batalhão de Engenharia – BEC desativou e sucateou a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

 
Portanto, nada mais justo que ele (Exército) assuma sua recuperação nos dias de hoje.

 
No meu caso: Viva a Cultura Popular!