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LENHA NA FOGUEIRA

  O discurso do ator Osmar Prado proferido no momento que recebeu das mãos do Cacá Carvalho, o troféu Mapinguari como o homenageado..

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Publicado: 11/11/2014 às 11h31min | Atualizado 22/04/2015 às 00h52min

 

O discurso do ator Osmar Prado proferido no momento que recebeu das mãos do Cacá Carvalho, o troféu Mapinguari como o homenageado do 12° Festcineamazonia, foi aplaudido de pé pelo público que superlotou o teatro Banzeiros na noite do último sábado.

 
Convidado a falar sobre o meio ambiente (natureza), Osmar levou o assunto para o meio ambiente em que convivemos uns com os outros, e defendeu a política do cooperativismo, criticando o cantor Lobão que está sendo responsabilizado pelo movimento que prega a volta da Ditadura Militar.

 
Ele (Lobão) não deve estar bem da cabeça, ou então está de gozação com o povo brasileiro. Não podemos admitir de maneira nenhuma a volta de um regime que torturou, matou e amordaçou nosso povo. Não podemos esquecer o que aconteceu com o jornalista Vladimir Herzog e tantos outros que foram torturados e mortos nos porões da ditadura, disse Osmar Prado.

 
Enquanto isso na praça Getúlio Vargas em frente ao Mercado Cultural, a prefeitura promoveu sexta-feira à noite, a festa de encerramento do Centenário de Porto Velho com a premiação do vencedor do concurso Monumento do Centenário.

 
Como dissemos aqui em coluna da semana passada, o vencedor do Prêmio Monumento foi o escultor Bruno Alves que vai ter sua criação eternizada em um logradouro público da cidade de Porto Velho.

 
Não vamos aqui contestar a escolha dos jurados pela peça do Bruno por sinal, reconhecida até por alguns concorrentes.

 
Porém, analisando as peças concorrentes que estão na Funcultural, vimos que houve equívoco tanto por parte dos artistas que apresentaram obras como dos jurados.

 
E creio que também de quem elaborou o Regulamento do concurso. Explico:

 
O que festejamos foi o Centenário do Município de Porto Velho, cuja data de criação é o 02 de outubro de 1914.

 
Acontece que praticamente todas as peças apresentadas, se referiam à Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, inclusive a vencedora que se não estou confundindo, é um “cidadão” levantando as rodas de uma composição ferroviária e que recebeu o título de “Destemido Pioneiro”.

 
Gostaria que os jurados e os que elaboraram o Regulamento explicassem o que um “Cassaco” (trabalhador braçal da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré) tem a ver com a criação do Município de Porto Velho!

 
Quando todos que estudaram um pouquinho da história do Município de Porto Velho sabem que o major Guapindaia primeiro superintendente (Prefeito), foi convidado a deixar o imóvel que servia à prefeitura e ficava nas terras que os dirigentes da Madeira-Mamoré diziam que era deles. Surgindo então a famosa Linha Divisória.

 
Quer dizer, o município de Porto Velho nasceu fora das terras da Madeira-Mamoré e em consequência não tinha nada a ver com a Ferrovia. Eis a confusão.

 
Tanto os artistas (em sua maioria) como os jurados confundiram o município de Porto Velho com a Cidade de Porto Velho. A cidade Porto Velho surgiu em 1907 quando Farquar concordou ou autorizou o início da obra da EFMM Sete Quilômetros abaixo da Vila de Santo Antônio que à época pertencia ao estado de Mato Grosso, e com isso passou para terras pertencentes ao estado do Amazonas.

 
Senhores que concordaram que o monumento do centenário seja um “Cassaco” da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, com o título de “Destemido Pioneiro”, que peçam envergonhados, que o monumento seja esculpido na Praça da Madeira-Mamoré pois, é lá o seu lugar!

 
Quem sabe daqui a CEM anos tenhamos um monumento que represente realmente o município de Porto Velho!



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