Liberdade de lula aquece a política brasileira

O ex-presidente Lula da Silva foi posto em liberdade, ontem, um dia depois do STF (Supremo Tribunal Federal), por maioria, decidir contra a cumprimento de pena após condenação em segunda instância. O fator jurídico ainda rende amplo debate entre especialista do Direito, e pelo que dizem, não beneficiará todos os presos em condição semelhante.

Mesmo ficando 580 dias preso, tendo repercussão mundial, apontado pela Operação Lava Jato como líder de organização criminosa; apesar de tudo apontado contra ele, Lula mostrou que de fato é um líder consolidado. Durante o período em que ficou na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), o ex-presidente foi acompanhado pelo lado de fora por simpatizantes que revezavam numa vigília constante, à qual ele agradeceu e nominou os organizadores.

A saída de Lula não coloca fim nas acusações e nos processos. A condição é que agora ele aguardará em liberdade até um último julgamento. Todo o trabalho feito pela Lava Jato continua no embate jurídico até o fim transitado em julgado. Enquanto espera a longa jornada jurídica do caso, Lula estará livre para falar e solto para andar, e é isso que apavora a direita. Bom de discurso e carismático no relacionamento com o público, Lula deve protagonizar debates com o atual presidente Jair Bolsonaro.

O que se espera do ex e do atual presidente é que seus embates fiquem no campo político e ideológico, sem incendiar a população afoita e ufanista de direita e de esquerda, evitando confrontos como vem ocorrendo nos países vizinhos. Lula e Bolsonaro mostraram ser lideranças de grande capacidade de mobilização e persuasão, e somente eles podem evitar que, os campos de ideias não virem vias de fato.