Lideranças indígenas já estão em Porto Velho para manifestações marcados para esta segunda-feira (8). Cerca de 50 etnias dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia estão acampados no campus da Unir.
A mobilização nacional pretende demonstrar a indignação das etnias quanto a municipalização da saúde indígena. O tema será motivo de audiência pública também na segunda-feira na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO).
Protestos
Um grupo de mais de 200 indígenas e servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) fecharam a BR-364 sobre a ponte do distrito de Riozinho, entre Pimenta Bueno e Cacoal, por volta das 11h da quarta-feira, 27 de março, para protestarem contra a municipalização da saúde indígena em Cacoal (RO). Barricadas foram colocadas no local e impediu a passagem de veículos.
De acordo com as informações, o protesto é contra a municipalização da saúde indígena no Brasil, diante da possível extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Uma reunião em foi realizada em Porto Velho, onde foi discutido o assunto e a organização do protesto contra a municipalização da saúde indígena. Segundo os manifestantes, a saúde indígena não está recebendo repasse de dinheiro.
Após cerca de duas horas de bloqueio, o tráfego foi liberado, porém os manifestantes afirmam que novos bloqueios devem ocorrer nos próximos dias.
Protesto em Candeias do Jamari
Também no dia 27 de março, indígenas fizeram protesto em Candeias do Jamari (RO), a cerca de 20 quilômetros da área central da capital, e também fecharam a rodovia federal. Na cidade, dezenas de manifestantes fecharam a rodovia até por volta de 15h20. O ponto de bloqueio foi feito perto da ponte do rio Candeias.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o protesto contra a municipalização da saúde indígena foi pacífico. O grupo impediu o tráfego de veículos entre Candeias do Jamari e Porto Velho. Os agentes rodoviários acompanharam de perto o manifesto.
Nota do Ministério da Saúde
Em nota, o Ministério da Saúde esclarece que “a realização de ações na Atenção à Saúde Indígena desenvolvidas pela Secretaria Especial de Saúde indígena (SESAI) é uma das atribuições da pasta e que as eventuais mudanças no desenvolvimento dessas ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda estão sendo objeto de análise e discussão.
É importante deixar claro que não existe, no momento, medida provisória do governo federal que modifica a política indigenista do país e municipaliza os serviços de saúde de indígenas.
Cabe ressaltar que não haverá descontinuidade das ações. Para isso, o Ministério tem se pautado pela garantia da continuidade das ações básicas de saúde, a melhoria dos processos de trabalho para aprimorar o atendimento diferenciado à população indígena, sempre considerando as complexidades culturais e epidemiológicas, a organização territorial e social, bem como as práticas tradicionais e medicinais alternativas a medicina ocidental.”