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RONDÔNIA

Mais de 10 apagões em nove meses

Número total é de 11 ocorrências desde janeiro. Em 40 dias, são quase 10 horas sem luz.

Por Ariadny Medeiros Diário da Amazônia
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Publicado: 22/09/2015 às 05h00min

Segundo a Eletrobras, causas dos últimos apagões continuam desconhecidas e ocorrências estão sendo apuradas  Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Segundo a Eletrobras, causas dos últimos apagões continuam desconhecidas e ocorrências estão sendo apuradas Roni Carvalho/Diário da Amazônia

O número de interrupções no fornecimento de energia continua a subir. Desde o início do ano, com a ocorrência do último domingo, que atingiu os estados do Acre e de Rondônia novamente, foram 11 apagões. No período de 40 dias, já se somam, aproximadamente, 10 horas sem energia elétrica. De acordo com a Eletrobras – Distribuição Rondônia, ainda não foi identificada a causa real dos eventos, nessas últimas ocorrências. A Eletrobras divulgou uma nota informando que o apagão começou por volta das 10h e foi provocado pela perda da conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN), entre as cidades de Pimenta Bueno e Ji-Paraná. O fornecimento foi normalizado por completo às 11h45.

O superintendente de operação e manutenção da Eletrobras, João Picanço, informou em entrevista coletiva realizada ontem que, em reuniões com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), foi colocada a importância da reativação das usinas térmicas para equilíbrio do sistema. “Quem rege e aciona as usinas térmicas em todo o País é o ONS. Houve recomendação por parte do Ministério de Minas e Energia que algumas térmicas fossem desligadas, entre elas, a Termonorte 2. [Religá-la] seria uma opção para manter mais geração para o sistema em Rondônia”, afirmou.

O senador Acir Gurgacz entrou em contato com o Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que visitou a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio no mês de agosto e prometeu alternativas para solucionar o problema. Gurgacz pediu providências definitivas para uma solução imediata. De acordo com o senador, Rondônia não pode continuar sofrendo por uma deficiência estrutural na rede que favorece as regiões Sul e Sudeste do País. “É inadmissível sermos exportadores de energia e ficarmos no escuro”, destacou.

Superintendente não divulgou possíveis causas de apagão

Superintendente não divulgou possíveis causas de apagão

Ministério público irá investigar

Na manhã de ontem, o secretário-chefe da Casa Civil, Emerson Castro, e o procurador-geral do Estado de Rondônia, Glauber Gahyun, se reuniram com a procuradora da República Gisele Cunha. “Viemos até o MPF para debater sobre quais métodos podem ser tomados para que não haja mais a interrupção de energia como nos últimos dias, já que se trata de um serviço contínuo e essencial à população”, frisou o chefe da Casa Civil.

O Ministério Público Federal (MPF) informou que foi aberto um processo inicial de investigação. De acordo com o órgão, serão apuradas informações com todos os envolvidos: Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Eletrobras – Distribuição Rondônia. Assim que notificados, eles terão prazo máximo de dez dias para se pronunciarem.

Os danos materiais ocorridos durante a paralisação na entrega de energia serão apurados e, se comprovados, serão ressarcidos pela Eletrobras. “Existe um procedimento e uma norma de atendimento a esses clientes, a partir daí é analisada a ocorrência e a avaria para verificar se o equipamento e a indústria foi prejudicada”, explicou Picanço na coletiva de imprensa.
De acordo com o superintendente, existem técnicos dentro da empresa preparados para realizarem a análise. “Se couber a reparação, ela será feita pela distribuidora e depois avaliaremos a responsabilidade de cada um, a partir do relatório final do ONS e como se dará essa compensação à distribuidora”, ressaltou ele ao esclarecer que, para as mercadorias perdidas, também será realizado o mesmo processo.

Falta de luz prejudica concurseiros 

Alguns candidatos de um concurso do Tribunal de Justiça (TJ) reclamaram da interrupção no fornecimento de energia durante a aplicação da prova. Segundo informações da assessoria de comunicação do tribunal, a comissão entendeu que não houve problemas quanto a falta de energia. O TJ informou que está descartada a possibilidade de cancelamento do concurso por esse motivo. A prova foi aplicada na capital e, também, em 13 cidades.

A nutricionista e candidata Lívia Guedes fez a prova em uma escola da zona Sul. Ela acredita que teve problemas no desempenho devido a falta de energia. “A sala ficou escura, fiquei com muito calor, não conseguia me concentrar, tive que forçar a vista”, reclamou. Segundo ela, a sala em que foi aplicada a prova era bem fechada e na hora do apagão os fiscais abriram a janela. “Tive que sair da sala porque senti dor de cabeça, meu rendimento caiu, com o calor a gente sente um cansaço mental, tive sorte que estava usando roupas leves, mas meu desempenho e de muita gente foi prejudicado”, concluiu.



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