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Diário da Amazônia

Manifestantes e PM se enfrentam na Av. Paulista

Doria diz que PM agiu pela integridade 'dos dois lados' na Avenida Paulista

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Publicado: 01/06/2020 às 09h04min | Atualizado 01/06/2020 às 09h07min

Um movimento múltiplo que reuniu torcidas organizadas de times de futebol de São Paulo — como Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos —, militantes de oposição ao governo Bolsonaro e integrantes de movimentos sociais neste domingo (31), na Avenida Paulista, terminou em tumulto e enfrentamento com policiais

Durante o protesto, que começou de forma pacífica, um embate entre manifestantes pró e contra Bolsonaro próximo ao Masp deu início a um tumulto, por volta das 13h30. Nas imagens registradas ao vivo pela CNN, é possível ver que um grupo de pessoas se aglomerou e rapidamente se dispersou após bombas de gás lacrimogêneo estourarem.

A confusão se deu porque grupos anti-Bolsonaro furaram o bloqueio para arrancar uma bandeira da Ucrânia de um militante bolsonarista. Os antifas, que provocaram a confusão, dizem se tratar de um símbolo nazista. Em entrevista, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko, negou que a bandeira pertença a grupos neonazistas.

Em seguida, parte dos manifestantes entrou em conflito com policiais, atirando pedras. A PM reagiu com bombas de efeito moral e, na sequência, a tropa de choque entrou em ação. Alguns manifestantes foram detidos e levados até o 78º Distrito Policial, no bairro dos Jardins. Todas as faixas da via foram bloqueadas e a estação do metrô Trianon-Masp foi fechada.

A tropa de choque da Polícia Militar reforçava a segurança no local para evitar confrontos entre os atos — um pró e outro contra o governo Bolsonaro — presentes na Avenida Paulista. Próximo ao Masp, o grupo de torcidas organizadas se concentrava e, alguns quarteirões à frente, um outro grupo formado por apoiados do governo Bolsonaro, vestidos de verde e amarelo, também se reunia.

Em entrevista, o coronel Álvaro Batista Camilo, secretário-executivo da PM paulista, disse que a confusão começou com uma briga entre manifestantes dos dois grupos e que os policiais agiram para evitar novos confrontos entre as duas manifestações e garantir a ordem.

Doria diz que PM agiu pela integridade ‘dos dois lados’ na Avenida Paulista

O governador de São Paulo João Doria (PSDB,) afirmou nas redes sociais que a ação da Polícia Militar neste domingo (31) contra manifestantes na Avenida Paulista visou a garantir a integridade “dos dois lados”. Durante a tarde, a Tropa de Choque disparou bombas de gás lacrimogêneo contra grupo de pessoas que se reuniu no Museu de Arte de São Paulo (Masp) com gritos de “democracia”. Um segundo grupo de manifestantes, pró-Bolsonaro, permaneceu cercado na Avenida Paulista pela tropa regular da corporação.

“A Policia Militar de São Paulo agiu hoje para manter a integridade física dos manifestantes, na Avenida Paulista. Dos dois lados. A presença da PM evitou o confronto e as prováveis vítimas deste embate. Todos têm direito de se manifestar, mas ninguém tem direito de agredir”, afirmou Doria. “No processo democrático, manifestações devem ser respeitadas. Mas posições contrárias não podem ser expressadas com violência nas ruas. O Brasil precisa de paz, diálogo e respeito às instituições, para preservar sua democracia”, continuou.

O confronto do grupo que protestava contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com a PM teria começado após pessoas que portavam símbolos usados por grupos neonazistas se infiltraram na manifestação, segundo contou o organizador do movimento Somos Democracia Danilo Pássaro, de 27 anos. “Até então, estava tudo calmo. Nossas faixas eram pela democracia, e eu já havia feito um discurso”, afirmou.

A PM utilizou bombas de gás lacrimogêneo para separar o conflito desencadeando confronto que se estendeu por parte da Paulista em direção à estação Consolação do metrô. Um grupo passou a jogar pedras e outros objetos contra os policiais. Outros fizeram barricadas com uma caçamba de lixo. A confusão durou cerca de uma hora. Ao menos cinco manifestantes foram detidos.

Do outro lado da avenida, em frente à sede da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), grupo de apoiadores do governo Bolsonaro realizaram uma manifestação no local. O ato continuou normalmente.

CNN



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