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Diário da Amazônia

Mantega pediu R$ 50 milhões

EUA aponta, repasse da Odebrecht em troca de benefício à petroquímica.

Por Diário do Poder
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Publicado: 24/12/2016 às 06h15min

Os Estados Unidos identificaram um repasse de R$ 50 milhões da Odebrecht à campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em troca de um benefício tributário à Braskem.

Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), a grana saiu do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, conhecido como departamento da propina, após um pedido do então ministro da Fazenda do governo Lula, Guido Mantega. A ação da Odebrecht e da Braskem junto a autoridades do governo aconteceu entre 2006 e 2009, quando Lula lançou um programa de créditos tributários da qual a petroquímica se beneficiou.

Os documentos revelam que, após uma série de reuniões da Odebrecht com Mantega, ele pediu contribuições para a campanha eleitoral de Dilma e escreveu “R$ 50 milhões” em um pedaço de papel. Como resultado das tratativas, em 2009, o governo chegou à solução, com o programa.

Os nomes das autoridades e executivos envolvidos nas tratativas não foram mencionados pelos Estados Unidos, apesar de citarem autoridades do alto escalão no acerto da propina.

Segundo o DoJ, primeiro foi feito um apelo a uma autoridade brasileira do governo Lula, identificada como o ex-ministro Antônio Palocci. Mesmo depois de deixar o governo, Palocci atuava como consultor da Braskem, segundo os investigadores.

Esse apelo era para que Lula fizesse uma intervenção junto a Mantega, para que o ministro da Fazenda tratasse sobre o assunto. Os documentos americanos relatam também um encontro de um executivo da Odebrecht diretamente com Lula.

Essa tratativa já havia sido apontada na Operação Omertá, 35ª fase da Lava Jato. Mensagens e e-mails de executivos da Odebrecht sobre atuação de Palocci para dar alternativas ao governo, no âmbito dos créditos de IPI, foram encontradas. A PF aponta que Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, conseguiu benefícios fiscais para a Braskem em 2009 por meio de Palocci e de Mantega. Em uma planilha de repasses ilícitos da Odebrecht, a PF encontrou um pagamento de R$ 50 milhões ligado ao codinome “Pós Itália”, que os investigadores brasileiros relacionam a Mantega.



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