Em 2019, o MBL perdeu meio milhão de seguidores nas Redes Sociais (Face, Insta e Twitter). A drástica queda do Movimento que se consagrou na força das Mídias Sociais, inicia 2020 com apenas 25% da força que o consagrou em 2018.
O Movimento Brasil Livre atingiu seu auge durante os protestos de Rua contra o governo de Dilma e o PT em 2015. O ápice do MBL ocorreu no pós-impeachment em 2016. A força do Movimento foi tão grande que elegeu vários deputados federais e estaduais, puxado na força das Redes Sociais do MBL.
Em março de 2019, quando o líder do MBL, Kim Kataguiri, deputado federal eleito pela força do MBL, começou a bater no governo Bolsonaro, atraindo a saída de milhares de bolsonaristas das Redes Sociais do MBL. A Direita ideológica e os partidos de esquerda são os maiores críticos do MBL.
Será que em 2020, o Movimento que se consagrou como modelo de mobilização de milhões de pessoas através das Redes Sociais terá a mesma força nas Urnas?
1. Quem é o MBL
O Movimento Brasil Livre (MBL) é um movimento político brasileiro que defende o liberalismo econômico e o republicanismo, ativo desde 2014. Em seu manifesto, cita cinco objetivos: “imprensa livre e independente, liberdade econômica, separação de poderes, eleições livres e idôneas e fim de subsídios diretos e indiretos para ditaduras”. De acordo com o jornal The Economist, o grupo é composto por aderentes do thatcherismo e foi fundado “para promover respostas do livre mercado aos problemas do país”. Para o jornal El País, apesar de sua aparência, a ação do movimento é eminentemente antipetista, aspecto que vem sendo repetidamente notado. O movimento está posicionado à direita do espectro político tradicional.
O MBL surgiu ao final de 2014 com a organização de duas manifestações nos estados brasileiros de São Paulo e Rio Grande do Sul em apoio às investigações da Operação Lava Jato e por mais liberdade de imprensa. Em 2016, combinou forças com as bancadas evangélica e ruralista do Congresso por uma agenda de Estado mínimo, reforma trabalhista, ajuste fiscal e redução da maioridade penal. Com sede nacional em São Paulo, o movimento realizou frequentes protestos a favor do impeachment de Dilma Rousseff e ações políticas em todo país. Inicialmente, a estratégia política do MBL foi pela convocação das manifestações dos dias 15 de março e 12 de abril de 2015, embora esse aspecto tenha sido posteriormente minimizado, a fim de auxiliar o governo na promoção de estratégias impopulares relacionadas às reformas trabalhistas e previdenciárias.
Formado em sua maioria por jovens com menos de trinta anos, seus integrantes são conhecidos por seus discursos incisivos, sendo comparados pela revista Exame a uma startup que nasceu para fazer protestos. Segundo a revista Época, nos protestos de 16 de agosto de 2015, Kim Kataguiri e Fernando Holiday, duas lideranças do movimento, foram recebidos pela população participante como estrelas da política brasileira.
1.1 Uso de crachás irregulares na Câmara dos Deputados.
Durante a discussão do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados, em 16 de abril de 2016, quando o acesso à Câmara estava restrito, os líderes Kim Kataguiri, Renan Santos e Rubens Nunes entraram no plenário com crachás fornecidos irregularmente pelos deputados oposicionistas Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Pauderney Avelino, líder do DEM.
1.2 Financiamento por capital estrangeirom
O financiamento do MBL tem sido repetidamente questionado, uma vez que o grupo não revela de forma transparente a origem de seus recursos.[74] A deputada federal Jandira Feghali acusou, em entrevistas, o movimento de receber financiamento internacional. Por outro lado, os responsáveis pelo MBL afirmam que ele é mantido pela contribuição financeira de seus seguidores, por recursos pessoais e por doações de empresários, para promover seus atos e divulgá-los nas redes sociais. Entretanto, Kim Kataguiri confirma que coordenadores do MBL receberam treinamento no Students for Liberty.
1.3 Relação com partidos políticos.
Na época de sua fundação o movimento se declarava apartidário, mas gravações de áudio reveladas em 2016 pelo portal UOL em matéria assinada pelo jornalista Vinicius Segalla mostram o líder do MBL afirmando que receberam ajuda de partidos políticos de oposição ao Governo Dilma Rousseff como DEM, PMDB, PSDB, e Solidariedade.[80] Em sua defesa o MBL afirmou que os áudios estão “fora do contexto” e “distorcidos”. O colunista Reinaldo Azevedo acusou o UOL de agir com má-fé, uma vez que, de acordo com o blogueiro, o portal estaria tentando transformar “uma parceria clara, necessária e admitida numa espécie de relação escusa”.
A Folha atualizou a notícia e afirmou que: “no entanto, os coordenadores do movimento negociaram e pediram ajuda a partidos pelo menos a partir deste ano. Atualmente, o MBL continua com as campanhas de arrecadação nos seus canais de comunicação, mas se define como “suprapartidário”.”
1.4 Queermuseu e La Bête.
O MBL fez críticas à exposição de arte Queermuseu e, mais tarde, à peça teatral La Bête, acusando-os de incentivar a pedofilia e por blasfêmia. Por essa razão, o movimento foi acusado pelos críticos de tentar censurar a arte. O Santander Cultural, patrocinador do Queermuseu, se viu obrigado a recuar e fechou antecipadamente a exposição e emitiu uma nota de esclarecimento.
Vínculo com o Movimento Renovação Liberal (MRL)
O MBL utiliza a estrutura formal (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, contas bancárias e imóvel-sede) do Movimento Renovação Liberal (MRL), uma associação privada da família de Renan Santos. Tal associação se afirma uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) “sem fins econômicos e lucrativos” em seu estatuto social registrado em cartório em julho de 2014. Como OSCIP, acarretaria prestações anuais de contas avalizadas pelo Ministério da Justiça (MJ) e dedução no imposto de renda para os doadores, mas não há tal requisição ou reconhecimento pelo MJ. Já no cadastro na Receita Federal do Brasil, há informado que a criação ocorreu em março de 2015, tem por atividade principal a prestação de “serviços de feiras, congressos, exposições e festas” e quadro societário divergente do que consta no seu estatuto social.
1.5 Fake News
No dia 25 de julho de 2018, o Facebook excluiu diversas páginas que classificou como integrantes de uma “rede de desinformação”. Muitas dessas páginas eram ligadas ao MBL e a outros grupos conservadores como uma página relacionada ao movimento “Brasil 200”.
1.6 Extrema direita.
Em janeiro de 2019 foi mencionado ao lado de outros veículo sociais de “ultradireita”, ao promover a rede social Gab, que tem sido descrita como uma plataforma de supremacistas brancos e de pessoas da direita alternativa.
1.7 Polarização política.
Em 28 de julho de 2019, em entrevista à Folha de S. Paulo, Renan Santos que coordena o grupo nacionalmente, disse que outros membros abriram “a caixa de Pandora de um discurso polarizado” sobre política no Brasil e que seriam “paz e amor na forma de dialogar com o outro”.
1.8 Citação na Vaza Jato.
No arquivo da Vaza Jato, do The Intercept é apontado que Deltan Dellagnol usou grupos políticos para ser um dos seus porta vozes pessoais. Um dos citados é o Movimento Brasil Livre.
1.9 Injúria racial do porta-voz em Belo Horizonte.
Em Novembro de 2019 o porta-voz do MBL em Belo Horizonte, Thiago Dayrell, foi acusado de injuria racial contra uma cozinheira pelos funcionários do restaurante onde estava. Segundo o relato, Thiago se exaltou com a demora no atendimento, o que levou a cozinheira a pedir calma; ele respondeu dizendo “Não coloca a mão em mim, sua criola”, o que teria iniciado uma confusão com outros funcionário. A cozinheira tentou separar a briga, Thiago a agarrou pelo pescoço e chutou sua perna. Thiago Dayrell, em seu relato, negou a injúria racial. Ele afirma que ele é quem foi espancado, e pede imagens das câmeras de segurança pra provar sua versão.
Ao fim, o porta-voz do MBL foi autuado em flagrante por “injúria racial” e “vias de fato”, e levado a delegacia. Thiago pagou fiança, e depois foi liberado, e responderá aos processos em liberdade.
O texto acima foi construído com base nas informações contidas na página oficial do MBL e Wikipedia.