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MBL foi quem mais perdeu seguidores em 2019. O que aconteceu?

Ataques de Kim a Bolsonaro, oposição ferrenha dos partidos de esquerda e contradições interna fizeram o Movimento cair drasticamente!

Publicado: 10/01/2020 às 13h52
Atualizado: 21/01/2020 às 15h50

 

MBL reduziu sua força nas Redes Sociais a 25% do poder de mobilização que o consagrou em 2018.

Em 2019, o MBL perdeu meio milhão de seguidores nas Redes Sociais (Face, Insta e Twitter). A drástica queda do Movimento que se consagrou na força das Mídias Sociais, inicia 2020 com apenas 25% da força que o consagrou em 2018.

O Movimento Brasil Livre atingiu seu auge durante os protestos de Rua contra o governo de Dilma e o PT em 2015. O ápice do MBL ocorreu no pós-impeachment em 2016. A força do Movimento foi tão grande que elegeu vários deputados federais e estaduais, puxado na força das Redes Sociais do MBL.

Em março de 2019, quando o líder do MBL, Kim Kataguiri, deputado federal eleito pela força do MBL, começou a bater no governo Bolsonaro, atraindo a saída de milhares de bolsonaristas das Redes Sociais do MBL. A Direita ideológica e os partidos de esquerda são os maiores críticos do MBL.

Será que em 2020, o Movimento que se consagrou como modelo de mobilização de milhões de pessoas através das Redes Sociais terá a mesma força nas Urnas?

MBL faz autocrítica e busca nova maneira de atuar, evitando tornar a política um “espetáculo”.
Imagem: Reprodução/Facebook

1. Quem é o MBL

O Movimento Brasil Livre (MBL) é um movimento político brasileiro que defende o liberalismo econômico e o republicanismo, ativo desde 2014. Em seu manifesto, cita cinco objetivos: “imprensa livre e independente, liberdade econômica, separação de poderes, eleições livres e idôneas e fim de subsídios diretos e indiretos para ditaduras”. De acordo com o jornal The Economist, o grupo é composto por aderentes do thatcherismo e foi fundado “para promover respostas do livre mercado aos problemas do país”. Para o jornal El País, apesar de sua aparência, a ação do movimento é eminentemente antipetista, aspecto que vem sendo repetidamente notado. O movimento está posicionado à direita do espectro político tradicional.

O MBL surgiu ao final de 2014 com a organização de duas manifestações nos estados brasileiros de São Paulo e Rio Grande do Sul em apoio às investigações da Operação Lava Jato e por mais liberdade de imprensa. Em 2016, combinou forças com as bancadas evangélica e ruralista do Congresso por uma agenda de Estado mínimo, reforma trabalhista, ajuste fiscal e redução da maioridade penal. Com sede nacional em São Paulo, o movimento realizou frequentes protestos a favor do impeachment de Dilma Rousseff e ações políticas em todo país. Inicialmente, a estratégia política do MBL foi pela convocação das manifestações dos dias 15 de março e 12 de abril de 2015, embora esse aspecto tenha sido posteriormente minimizado, a fim de auxiliar o governo na promoção de estratégias impopulares relacionadas às reformas trabalhistas e previdenciárias.

MBL só se tornou conhecido com a força das Redes Sociais.

 

Formado em sua maioria por jovens com menos de trinta anos, seus integrantes são conhecidos por seus discursos incisivos, sendo comparados pela revista Exame a uma startup que nasceu para fazer protestos. Segundo a revista Época, nos protestos de 16 de agosto de 2015, Kim Kataguiri e Fernando Holiday, duas lideranças do movimento, foram recebidos pela população participante como estrelas da política brasileira.

1.1 Uso de crachás irregulares na Câmara dos Deputados.

Durante a discussão do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados, em 16 de abril de 2016, quando o acesso à Câmara estava restrito, os líderes Kim Kataguiri, Renan Santos e Rubens Nunes entraram no plenário com crachás fornecidos irregularmente pelos deputados oposicionistas Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Pauderney Avelino, líder do DEM.

1.2 Financiamento por capital estrangeirom

O financiamento do MBL tem sido repetidamente questionado, uma vez que o grupo não revela de forma transparente a origem de seus recursos.[74] A deputada federal Jandira Feghali acusou, em entrevistas, o movimento de receber financiamento internacional. Por outro lado, os responsáveis pelo MBL afirmam que ele é mantido pela contribuição financeira de seus seguidores, por recursos pessoais e por doações de empresários, para promover seus atos e divulgá-los nas redes sociais. Entretanto, Kim Kataguiri confirma que coordenadores do MBL receberam treinamento no Students for Liberty.

Líderes do MBL eleitos pela força das Redes Sociais do Movimento.

1.3 Relação com partidos políticos.

Na época de sua fundação o movimento se declarava apartidário, mas gravações de áudio reveladas em 2016 pelo portal UOL em matéria assinada pelo jornalista Vinicius Segalla mostram o líder do MBL afirmando que receberam ajuda de partidos políticos de oposição ao Governo Dilma Rousseff como DEM, PMDB, PSDB, e Solidariedade.[80] Em sua defesa o MBL afirmou que os áudios estão “fora do contexto” e “distorcidos”. O colunista Reinaldo Azevedo acusou o UOL de agir com má-fé, uma vez que, de acordo com o blogueiro, o portal estaria tentando transformar “uma parceria clara, necessária e admitida numa espécie de relação escusa”.

A Folha atualizou a notícia e afirmou que: “no entanto, os coordenadores do movimento negociaram e pediram ajuda a partidos pelo menos a partir deste ano. Atualmente, o MBL continua com as campanhas de arrecadação nos seus canais de comunicação, mas se define como “suprapartidário”.”

Kim, o maior beneficiado pela força do MBL, com o governador de São Paulo João Dória.

1.4 Queermuseu e La Bête.

O MBL fez críticas à exposição de arte Queermuseu e, mais tarde, à peça teatral La Bête, acusando-os de incentivar a pedofilia e por blasfêmia. Por essa razão, o movimento foi acusado pelos críticos de tentar censurar a arte. O Santander Cultural, patrocinador do Queermuseu, se viu obrigado a recuar e fechou antecipadamente a exposição e emitiu uma nota de esclarecimento.

Vínculo com o Movimento Renovação Liberal (MRL)

O MBL utiliza a estrutura formal (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, contas bancárias e imóvel-sede) do Movimento Renovação Liberal (MRL), uma associação privada da família de Renan Santos. Tal associação se afirma uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) “sem fins econômicos e lucrativos” em seu estatuto social registrado em cartório em julho de 2014. Como OSCIP, acarretaria prestações anuais de contas avalizadas pelo Ministério da Justiça (MJ) e dedução no imposto de renda para os doadores, mas não há tal requisição ou reconhecimento pelo MJ. Já no cadastro na Receita Federal do Brasil, há informado que a criação ocorreu em março de 2015, tem por atividade principal a prestação de “serviços de feiras, congressos, exposições e festas” e quadro societário divergente do que consta no seu estatuto social.

MBL conseguiu entre 2015 e 2016 atrair milhões de pessoas nos protestos de Rua contra o governo Dilma e a corrupção do PT.

 

1.5 Fake News

No dia 25 de julho de 2018, o Facebook excluiu diversas páginas que classificou como integrantes de uma “rede de desinformação”. Muitas dessas páginas eram ligadas ao MBL e a outros grupos conservadores como uma página relacionada ao movimento “Brasil 200”.

1.6 Extrema direita.

Em janeiro de 2019 foi mencionado ao lado de outros veículo sociais de “ultradireita”, ao promover a rede social Gab, que tem sido descrita como uma plataforma de supremacistas brancos e de pessoas da direita alternativa.

1.7 Polarização política.

Em 28 de julho de 2019, em entrevista à Folha de S. Paulo, Renan Santos que coordena o grupo nacionalmente, disse que outros membros abriram “a caixa de Pandora de um discurso polarizado” sobre política no Brasil e que seriam “paz e amor na forma de dialogar com o outro”.

1.8 Citação na Vaza Jato.

No arquivo da Vaza Jato, do The Intercept é apontado que Deltan Dellagnol usou grupos políticos para ser um dos seus porta vozes pessoais. Um dos citados é o Movimento Brasil Livre.

1.9 Injúria racial do porta-voz em Belo Horizonte.

Em Novembro de 2019 o porta-voz do MBL em Belo Horizonte, Thiago Dayrell, foi acusado de injuria racial contra uma cozinheira pelos funcionários do restaurante onde estava. Segundo o relato, Thiago se exaltou com a demora no atendimento, o que levou a cozinheira a pedir calma; ele respondeu dizendo “Não coloca a mão em mim, sua criola”, o que teria iniciado uma confusão com outros funcionário. A cozinheira tentou separar a briga, Thiago a agarrou pelo pescoço e chutou sua perna. Thiago Dayrell, em seu relato, negou a injúria racial. Ele afirma que ele é quem foi espancado, e pede imagens das câmeras de segurança pra provar sua versão.

Ao fim, o porta-voz do MBL foi autuado em flagrante por “injúria racial” e “vias de fato”, e levado a delegacia. Thiago pagou fiança, e depois foi liberado, e responderá aos processos em liberdade.

 

Queda do MBL em uma das suas Redes Sociais.

 

 

O texto acima foi construído com base nas informações contidas na página oficial do MBL e Wikipedia.

Por Victoria Angelo Bacon.

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