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Diário da Amazônia

MENSAGENS VAZADAS ABALAM A JÁ “FRACA RELAÇÃO” ENTRE ALE E GOVERNO

Maioria dos deputados estaria convencida da veracidade das mensagens e cobram providências do governo do Estado.

Por Redação
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Publicado: 12/08/2019 às 12h00min | Atualizado 12/08/2019 às 16h21min

Secretário Chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves, tem sido pivô de “desconforto” entre Assembleia e governo

As duas sessões da Assembleia Legislativa desta semana, que acontecem na terça a tarde e na quarta pela manhã, prometem ser quentes, o que pode ser determinante para o relacionamento entre o Legislativo Estadual e o Executivo. O clima na Assembleia Legislativa que já não estava muito favorável para o governo Marcos Rocha (PSL), que já vinha fazendo malabarismo para conseguir aprovar os projetos encaminhados, parece que agora azedou de vez.

As mensagens de WhatsApp que supostamente teriam sido trocadas entre o secretário-chefe da Casa Civil Junior Gonçalves e um interlocutor de dentro da Assembleia, que pode ser um funcionário de gabinete e até um parlamentar aliado ao governo, arranharam muito a relação, pois elas sugerem uma subserviência dos deputados com relação ao governo do Estado e atingem diretamente o presidente da Casa, Laerte Gomes, citado pejorativamente diversas vezes nos textos das conversas como um político que “acha que manda, mas não manda nada”.

Presidente da Assembleia, Laerte Gomes (PSDB) foi um dos mais atacados nas mensagens e pede providências do governo do Estado, pelo bom relacionamento entre os Poderes.

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Ao emitir uma nota afirmando ter sido vítima de montagem de conteúdo para lhe atingir, o chefe da Casa Civil tenta tirar de si a responsabilidade pelas acusações feitas contra parlamentares, colegas de governo e instituições, porém, as afirmações não parecem ter convencido os parlamentares que, na sua maioria, tem certeza de que as mensagens são reais, até pela forma de se dirigir ao interlocutor e pelos detalhes de conversas com terceiros, que apenas as partes envolvidas tinham conhecimento.

Deputado Jair Montes foi chamado de “mulambo” nas mensagens vazadas, que o governo garante ser fake news, mesmo antes da perícia.

Um dos discursos mais esperados nesta terça-feira é o do deputado Jair Montes, tratado como “mulambo” nas conversas atribuídas à Junior Gonçalves (mas que ele nega). Jair Montes é conhecido pelo seu poder de parlatório e por suas críticas contundentes ao governo do Estado. Montes é um dos deputados que não acreditam que as conversas sejam montagens e pede um posicionamento do governo do Estado.

As mensagens, verdadeiras ou não, geraram um risco enorme no relacionamento entre o Executivo e o Legislativo. O presidente da Casa, que foi líder do governo Confúcio por quatro anos era craque em promover o bom relacionamento entre o Legislativo e o Executivo, declarou que quer uma ampla investigação sobre o assunto e que “espera” que as conversas não sejam verdadeiras, muito embora também seja um dos convictos de que as agressões estão longe de ser “fake news”.

Este início de segundo semestre Legislativo promete ser determinante para o Governo e Assembleia. Com projetos importantes a serem votados, especialmente o orçamento do Estado para o ano que vem, o primeiro do governo Marcos Rocha, já que o que vem sendo executado foi “feito” pelo ex-governador Daniel Pereira.

O governo do Estado que vem patinando em ações como o combate à violência, saúde e educação e está totalmente ineficaz no que diz respeito ao combate às queimadas urbanas e rurais que acinzentam a paisagem dos 52 municípios do Estado, embora a publicidade institucional do governo tente convencer ao contrário, terá que fazer malabarismo para convencer os deputados de que estão no mesmo lado. A certeza é de que as mensagens vazadas (ou não) jogaram um balde de água fria em tudo o que foi construído no primeiro semestre e que o governador terá que tomar providências mais enérgicas para combater esse tipo de fogo amigo, que vem detonando a gestão estadual.



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