Recentemente, em Porto Velho o caso de Stefany Pereira, de 19 anos, que teve fotos intimas divulgadas em um site de prostituição acendeu o alerta para casos de crimes praticados nas plataformas digitais.
A modelo rondoniense teve suas fotos divulgadas em um site de prostituição, representando uma das jovens cadastradas no site, usando o nome de Izadora. A descoberta foi possível através de um print enviado por um amigo da vítima pelo Facebook.
Imediatamente a jovem, entrou em contato com o número do anúncio, onde não conseguiu falar com ninguém e também da Central de Atendimento do site. Após conseguir contato com representantes do site, o anúncio foi retirado do ar em menos de 24h.
Mas segundo Stefany, o fato acarretou atrasos em sua vida profissional, já que a modelo depende da imagem realizando propagandas, desfiles, campanhas e etc. A jovem é modelo há três anos.
O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Porto Velho, como crime de injúria e difamação de imagem.
“Espero uma atitude rigorosa. Que não fique impune. Que aconteça de forma responsável. Que o culpado seja encontrado.”, relata a jovem sobre investigação.
Outro caso
Essa não é a primeira vez que Stefany sofre com crimes da mesma natureza. De acordo com a modelo, uma outra vez ela teve o número do celular divulgado em um site e a partir disso, começou a receber inúmeras ligações propondo serviços sexuais.
Stefany se culpa por não ter agido do primeiro caso. “Foi um erro meu não ter denunciado na época.”
De acordo com Osmar Casa, delegado de polícia e diretor do Departamento de Informática e Tecnologia (Dintel) em Porto Velho disse que o estado não conta com uma delegacia para resolver esse tipo de caso. As investigações são encaminhadas para a Dintel devido a demanda. Dificultando o registro de estatística que ajude a comprovar a prática criminal.
“Nós presumimos que o número de ocorrência tem sido pouco ou as delegacias tem conseguido atuar com as demandas sem a nossa atuação e apoio, ou as vítimas não denunciam. O que pode ser uma questão de ‘subnotificação’ das vítimas não estarem fazendo esse registro.”, relata Casa.
No Brasil
Em maio de 2012, o Brasil acompanhou um dos casos mais emblemáticos de crimes cibernéticos acontecidos no país, o roubo e divulgação de mais de 30 fotos intimas da atriz Carolina Dieckmann. Os criminosos invadiram o e-mail da artista e começaram a chantagear Carolina pedindo 10 mil reais pelas fotos.
O caso foi para o Congresso Nacional e o Senado aprovou a Lei 12.737, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, e qualificou os crimes praticados pela internet.
Crime cibernético e crimes praticados em plataforma digital
De acordo com o delegado Osmar, os crimes tradicionais, contra o patrimônio ou o crime contra a honra, continuam existindo em suas modalidades habituais, no entanto, a plataforma digital permite que o infrator alcance um grande número maior de pessoas e tentar se valer dela para ocultar a identificação.
Os crimes cibernéticos são roubos de dados, informações sigilosas e imagens. As delegacias registram os casos e são encaminhadas para o Dintel. A capital ainda não conta com uma delegacia especializada, mas segundo o delegado, a implantação de uma está no cronograma da polícia.
O que fazer
O delegado deixa um alerta para quem sofrer qualquer tipo de crime pela internet. “Muitas vezes ela se envolve e quer passar dinheiro, acaba sendo extorquida. O que a gente orienta a pessoa é que ela não faça isso, converse com alguém e chame a polícia. Em caso de ofensa: faça um print da tela. Salvar o arquivo para que ela possa encaminhar para a Polícia identificar o infrator”, avisa Osmar.
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