O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, colocou-se à disposição do Senado para falar sobre sua atuação como juiz federal que conduzia a operação Lava Jato, função que ocupou de 2014 a 2018. No último domingo, o site The Intercept revelou mensagens que sugerem interferência de Moro junto aos procuradores durante as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.
O comunicado foi feito pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), que informou ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que o ministro poderia falar em audiências da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) dos dias 19 ou 26 de junho.
Bezerra afirma, no documento, estar certo de que “esta será uma oportunidade para que ele [Moro] demonstre sua lisura e correção como juiz federal, refutando as críticas e ilações a respeito de sua conduta à frente da Operação Lava Jato”.
Desde que as mensagens foram reveladas, Moro não negou a autenticidade do material, mas afirmou que os diálogos com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, não indicam “direcionamento” de Moro junto às decisões da investigação.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou nota após um encontro entre Moro e o presidente Jair Bolsonaro, na manhã desta terça. “O ministro rechaçou a divulgação de possíveis conversas privadas obtidas por meio ilegal e explicou que a Polícia Federal está investigando a invasão criminosa”, diz um trecho do comunicado.