Na primeira entrevista coletiva concedida após ter aceitado o convite para ser ministro da Justiça, o juiz federal Sergio Moro afirmou que pretende substituir cargos de comissão por cargos efetivos. O pronunciamento foi feito no último dia 06 de novembro em Curitiba (PR).
O futuro ministro falou em uma “progressiva profissionalização do serviço público civil”, sugerindo que cargos comissionados deveriam ser ocupados por meio de concursos. O juiz federal disse que não dará prioridade ao confronto policial, a não ser em situações extremas, como o enfrentamento de áreas dominadas pelo crime organizado. “O confrontamento pode acontecer, mas ele é sempre indesejável. a boa operação policial é a que ninguém se machuca”, disse.
Moro afirmou que pretende montar uma equipe com pessoas “absolutamente qualificadas” para trabalhar no Ministério. Ele também afirmou que não descarta a possibilidade de indicar pessoas com quem trabalhou na Operação Lava Jato para os cargos.
Sem entrar em detalhes, Moro afirmou que há “convergências” e “divergências” entre ele e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, mas classificou o presidente eleito como uma pessoa “bastante ponderada” e disse que ambos poderão encontrar “um meio termo” nas questões de governo.
Quanto ao convite para o ministério, ele afirmou que não tem nada a ver com o processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele foi condenado e preso porque cometeu um crime e não por causa das eleições”, disse, em relação às críticas de que ele teria agido politicamente na condenação do ex-presidente, que abriu caminho para a sua prisão e consequente inabilitação para concorrer às eleições em outubro.