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PLANTÃO DE POLÍCIA

Mortes dentro do Compaj chegam a 72 em dois anos em Manaus

Maioria das mortes ocorreu durante massacre no dia 1º de janeiro de 2017

Por A Crítica
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Publicado: 26/05/2019 às 20h56min | Atualizado 26/05/2019 às 20h57min

Com a rebelião ocorrida neste domingo (26), o número de mortes dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) chegou a 72 desde 2017. A maior parte foi provocada durante massacre ocorrido no presídio no dia 1° de janeiro de 2017, quando 56 detentos foram mortos.

Na rebelião deste domingo hoje, as vítimas foram identificadas como Ancelmo Pereira dos Santos, 39, Antonio Xavier da Silva Camargo filho, 42, Cleison Silva do nascimento, 25, Edney sandro Sabóia de Vasconcelos, 36, Elisson de Oliveira Pena, 26, Erick weslley Martins Mendes, 25, Fernando dos Santos Ferreira, 27, Francisco de Assis Marcelo da Silva, 34, Hiel Lucas Miranda da Silva,29, Igor Peres de Oliveira, 21, Leonardo Queiroz Campelo, 31, Naelson Picanço de Oliveira, 32, Nayan Serrão Pereira, 31, Pedro Paulo Melo Xavier, 25, e Rodrigo Oliveira Pimentel, 29.

No ano passado, dia 1° de dezembro de 2018, o agente penitenciário Alexandre Rodrigues Galvão, de 37 anos, foi morto por detentos. Na ocasião, o então secretário de Estado de Administração, Cleitman Coelho, disse que o caso ocorreu após presos ficarem revoltados com a proibição da entrada de pessoas com armas e drogas.

Na virada do ano de 2016 para 2017, o Compaj foi palco do maior massacre do sistema penitenciário do Amazonas. Ao todo, 56 detentos foram torturados, esquartejados e mortos devido a uma rixa entre as facções Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Até o momento, 213 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) acusadas de participar da chacina. Cerca de 225 presos fugiram da unidade prisional.

 

Mortes em 2002

Em 2002, 14 detentos foram mortos em uma chacina no presídio. O confronto foi motivado pela morte de um detento identificado como André Pereira de Oliveira. Os rebelados dominaram toda cadeia e fizeram de reféns detentos e agentes penitenciários. Em seguida, eles tocaram fogo em colchões e destruíram grades das celas. Na época, o presídio possuía 400 detentos.

 

Rebeliões

Desde 2002, quando houve a chacina que deixou 14 mortos, ao menos cinco rebeliões aconteceram na unidade prisional do Compaj. Em 2011 e 2012, detentas da ala feminina promoveram duas rebeliões, porém nenhuma presa veio a óbito.

Em 2013, um princípio de rebelião foi controlado na cadeia. Um preso identificado como Luis Alberto Gamboa Carrion, de 55 anos, foi encontrado morto no dia 15 de janeiro de 2013. Ele havia sido condenado há 25 anos pela morte de um policial civil.

Em 2014, outro princípio de rebelião foi registrado na cadeia feminina, seguido de uma rebelião de presos em 2015 motivada pela transferência do narcotraficante Zé Roberto da Compensa para um presídio federal.



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