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VARIEDADES

Mulher tem gene mutante que a impede de sentir dor

Ela poderia ser um personagem saído de uma história em quadrinhos de super-herói — à la Wolverine —, mas é aposentada e vive em..

Por Extra
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Publicado: 28/03/2019 às 09h47min

Foto: Reprodução da TV

Ela poderia ser um personagem saído de uma história em quadrinhos de super-herói — à la Wolverine —, mas é aposentada e vive em uma pequena cidade da Escócia. Jo Cameron, de 71 anos, simplesmente não sente dor e, quando adoece, passa por processo de cura sobre-humana. Isso graças a um gene mutante.

O caso, publicado no renomado periódico científico “British Journal of Anaesthesia”, poderia abrir as portas para uma série de novos tratamentos para ajudar as pessoas a se recuperarem da cirurgia, controlar a dor crônica e os distúrbios de ansiedade.

As habilidades especiais da escocesa começaram a chamar atenção de médicos quando ela tinha 65 anos e procurou tratamento para um problema no quadril. Ela tinha certos desconfortos, mas conseguia andar e fazer quase tudo. No entanto, os médicos descobriram pouco mais tarde que esse problema aparentemente simples era na verdade uma artrite tão severa no quadril que ele precisaria ser substituído por uma prótese.

Normalmente, essa condição de saúde é altamente debilitante — a pessoa já deveria estar sem andar.

Depois de cirurgias para a colocação da prótese, médicos do Hospital Raigmore, no Reino Unido, decidiram que precisavam de mais investigações sobre o caso da aposentada.

“Ela relatou inúmeras queimaduras e cortes sem dor, muitas vezes cheirando sua carne queimada antes de perceber qualquer lesão, e essas feridas cicatrizaram rapidamente com pouca ou nenhuma cicatriz residual”, escrevem os autores do artigo sobre o caso.

— Eu não tinha ideia até há alguns anos que havia algo tão incomum sobre a pouca dor que eu sinto. Eu apenas pensava que era normal — disse Jo Cameron ao jornal britânico “Independent”. — Saber isso agora me fascina tanto quanto a qualquer outra pessoa.

‘Gene da dor’ fica desligado na escocesa

Geneticistas de dor na University College London (UCL) e da Universidade de Oxford identificaram duas mutações no DNA da escocesa. Uma em um gene chamado Faah (ácido graxo amido hidrolase), que é bem conhecido por pesquisadores de dor.

O gene Faah é importante para o sistema endocanabinóide do corpo — as partes do sistema nervoso central que têm papel na dor, memória e humor e no qual os compostos da cannabis agem.

Os pesquisadores também encontraram um segundo gene, que anteriormente, na literatura médica, havia sido descartado como “DNA lixo”, sem propósito útil. Agora parece que esse gene, que eles apelidaram de “Faah-Out”, controla o gene Faah. No corpo da escocesa, esse gene simplesmente “desliga” o gene Faah.

— As implicações para essas descobertas são imensas — disse Devjit Srivastava, a consultora de dor do Hospital Raigmore que a diagnosticou.

Falta de memória é a ‘criptonita’ dela

Além de ser capaz de curar feridas e de ter insensibilidade à dor, Jo Cameron marcou zero em testes de ansiedade e depressão e disse que nunca entra em pânico em situações perigosas — como em um acidente de carro recente.

Porém, se existe alguma fraqueza para esse super-heroína — além de ela ocasionalmente cheirar sua própria pele queimada e se cortar sem sentir — é o fato de ela ela é um tanto distraída e sempre foi propensa a esquecer as chaves ou se perder wm sua linha de pensamento.



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