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SAÚDE

Mutação do H1N1 exige vacinação de reforço

Quatro casos de H1N1 foram registrados em Porto Velho com duas mortes.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 29/03/2019 às 09h39min | Atualizado 29/03/2019 às 11h01min

O Hospital Infantil Cosme e Damião e a Policlínica Ana Adelaide são as unidades sentinela de saúde para notificação de casos da gripe H1N1, doença viral que causou duas mortes recentes em Porto Velho. Casos de gripes com essa suspeita devem ser encaminhados para essas unidades que estão com equipes preparadas para os procedimentos.

A gerente técnica de vigilância epidemiológica, Arlete Baldez, alerta que o subtipo H1N1 sofreu uma mutação e apresentou reações diferentes no organismo da pessoa infectada. Por isso, para 2019 continua com a prevenção dos mesmos vírus: H1N1, H3N2 e Influenza B, porém com um reforço na proteção.

A gripe não é uma doença para notificação compulsória, mas, na unidade sentinela, todo caso de síndrome gripal deve ser registrado obrigatoriamente e, com atendimento e profissionais de saúde capacitados, deve ser coletado material de nasofaringe.

Que vírus é esse?

O vírus Influenza é um vírus respiratório, que em 2009 entrou configurado como pandemia no Brasil. Hoje, já considerado um vírus sazonal, fica disperso no ar e, no Estado, aumenta a probabilidade de infecções no período chuvoso, com maior circulação entre os meses de janeiro e maio. A Influenza tem dois tipos, A e B. O vírus de maior ocorrência de surtos e epidemias é o tipo A, que tem subtipos, onde a maior frequência é o tão conhecido H1N1.

Influenza

Quando uma pessoa é contaminada a Influenza, pode ser uma síndrome gripal leve, que pode agravar e, com complicações, causar internação e evoluir a uma forma grave e óbito. A vigilância da Influenza conta com duas avaliações distintas. Para a síndrome gripal, forma benigna da doença, é importante o atendimento nas unidades de saúde, para diferenciação dos sintomas, que deve considerar o resfriado, quadro gripal que não afasta a pessoa das atividades normais. Com sintomas mais brandos, e a gripe, se por influenza, apresenta sintomas mais fortes, como a febre alta, prostração, dor de cabeça, tosse, coriza, espirro, lacrimejamento, dor retro orbital e mialgia.

Cuidados que contribuem para prevenção

Em 2019, foram registrados nas unidades sentinelas 84 casos de síndromes gripais, segundo dados atualizados pela Agevisa até 25 de março. Com o vírus da H1N1 quatro casos foram notificados em Porto Velho, onde dois óbitos ocorreram, com uma pessoa em quadro de comorbidade e um bebê de sete meses.

A primeira grande medida de prevenção é a vacina, onde a campanha da vacina trivalente começa dia 10 de abril em todas as salas de vacinação e almeja a meta de imunização de no mínimo 90% de cada grupo com prioridade de pessoas com probabilidade de imunidade comprometida: crianças, idosos, gestantes, puérperas, indígenas, pessoas privadas de liberdade, servidores do sistema prisional e comorbidade: diabéticos, hipertensos, obesos, asmáticos, pessoas com problemas hepáticos, entre outros.

Além do reforço para professores e profissionais de saúde, para que não sejam transmissores do vírus às pessoas do grupo de prioridade. Segundo a gerente epidemiológica, todos que foram vacinados ano passado, devem vacinar durante esta campanha.

A segunda medida de prevenção, para pessoas vacinadas ou não, é o tratamento na incidência de gripe em estado avançado, com uma medicação antiviral chamada “tamiflu” (fosfato de oseltamivir), fornecida nas unidades de saúde, que combate o vírus da influenza e evita complicações, hospitalização e óbito. Para melhor eficácia, o paciente deve tomar o remédio em até 48h dos primeiros sintomas da gripe, indicado pelo profissional de saúde, considerando as prioridades do grupo de risco.

Amazonas 31 mortos por H1N1

Apesar de estar há cinco dias sem novos registros de morte por H1N1, conforme a 14ª edição do Boletim Epidemiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), o estado do Amazonas continua em alerta e promove no sábado o mutirão de vacinação conta a Influenza.

Das 31 mortes registradas no Amazonas, 24 foram em Manaus e três em Manacapuru. Parintins, Itacoatiara, Japurá e Urucurituba contabilizaram um caso cada.

Nesta nova atualização dos parâmetros do Vírus da Influenza A (H1N1) no Estado, divulgada na quarta-feira (27) pela FVS, foram notificados mais 36 casos para a SRAG, totalizando 863 notificações. Deste total, 119 são positivos para o H1N1.

Como Rondônia tem muita ligação com o Amazonas, inclusive com chegada diária de ônibus e barcos, a vigilância está em alerta. Pessoas que chegam do Estado vizinho precisam ficar em alerta quanto aos sintomas de gripes, devendo informar as unidades de vigilância sentinela, caso apresentem a gripe.



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