Edição de hoje nº 7702
O corpo do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que teve morte anunciada na noite de quinta-feira (5), será enterrado no dia 15 de dezembro, segundo a agência de notícias da Reuters.
Os detalhes de como será o funeral serão divulgados oficialmente após consulta com a família Mandela. Mas o governo confirma que o protocolo para a ocasião já foi desenvolvido há mais de um ano.
Serão dez dias de cerimônias, informaram as autoridades sul-africanas. O período incluirá desde o embalsamamento do corpo, velório aberto ao público de três dias em Pretória, cerimônia fúnebre na residência oficial da presidência, até o traslado do corpo para o vilarejo de Qunu.
O local, na Província de Eastern Cape, é onde Mandela nasceu e será enterrado.
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GALERIA DE FOTOS: Mandela foi símbolo da luta contra o Apartheid
Nelson Mandela ficou internado de junho a setembro devido a uma infecção pulmonar. Mandela deixou o hospital e estava em casa.
Símbolo da paz na África e exemplo para os líderes políticos, Nelson Mandela estava com 95 anos. Mandela, ex-presidente da África do Sul (1994-1999) e Prêmio Nobel da Paz em 1993, é chamado também de Pai da Pátria em seu país.
Por 28 anos, ele ficou preso devido às suas ações de resistência ao regime de segregação racial na África do Sul. Com limitações físicas devido à idade, Mandela apareceu pouco em público nos últimos meses. “Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos”, disse Mandela, pedindo o apoio de brancos, negros e mestiços para acabar com a segregação racial.
Mandela se tornou uma espécie de símbolo internacional por causa de sua luta contra o regime segregacionista do apartheid. De 1948 a 1994, a África do Sul viveu sob o regime de segregação racial com divisões sociais, políticas e econômicas. Os direitos da maioria da população negra foram reduzidos em detrimento dos da minoria branca.
O apartheid gerou violência e um significativo movimento de resistência interna, assim como embargo internacional à África do Sul. Ao longo da história, houve uma série de revoltas e protestos no país, colocando em lados opostos brancos e negros.
Mandela ficou preso de 1962 a 1990. Mesmo na prisão, manteve sua força política interna e externa. Recebeu homenagens em vários países e o título de doutor em direito pela defesa aos direitos humanos. Em 1993, Mandela foi eleito presidente, consolidando um marco histórico na África do Sul e buscando reconciliar oprimidos e opressores.
Ao visitar o Rio de Janeiro em 1992, logo depois de assumir a Presidência da África do Sul, Mandela foi homenageado e disse se “sentir em casa”.
Porém, em sua vida privada, Mandela viveu momentos de constrangimento, como a revelação de infidelidade de sua segunda mulher, Winnie, que também foi denunciada de corrupção. Eles se divorciaram e Mandela casou com Graça Machel, viúva de Samora Machel, ex-presidente de Moçambique.