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Publicado: 28/01/2019 às 14h48min

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No país do “faz-de-conta” culpados pagam por seus crimes

FRASE DO DIA: “Não é só a procuradora que quer apurar o que ocorreu. Mas não há necessariamente um culpado, não há necessariamente..

FRASE DO DIA:

“Não é só a procuradora que quer apurar o que ocorreu. Mas não há necessariamente um culpado, não há necessariamente culpa.” – Sérgio Bermudes, advogado da Vale.

1-Faz de conta I

No país do “faz-de-conta” as barragens são obras bem planejadas, fiscalizadas desde sua construção e por terem o ingrediente da instabilidade do terreno, são monitoradas e os relatórios de monitoramento são de domínio público. Faz de conta, portanto que a tragédia em Brumadinho foi um acidente por causas naturais e os mortos são parte da mesma estatística de Mariana, Morro do Tomba, Cubatão e outros casos. No país do “faz-de-conta”, faz de conta que culpados são identificados e pagam por seus crimes.     

2-Faz de conta II

Como a deixar tudo igual quando se cometem crimes ambientais? Primeiro é valorar o crime. Quanto vale uma Mariana? É valor alto só compensável com multa alta. Multa-se então a empresa e se resolvem duas questões: a empresa vai a justiça, não paga a multa, continua operando e os responsáveis se escafedem. Na justiça discute-se o que fazer. Fora, um “faz-de-conta” de regras que vão mudar via agências, congresso e governo. Aí vem o lobby para ficar tudo com d”antes no Quartel d”Abrantes, salvo se…   

3-Fazendo o certo

O sistema usado em todo Brasil para guarda de rejeitos de mineração é a barragem a montante. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que mineradoras devem deixar de usar tal sistema e, em sendo possível substituir pelo sistema “dry” ou a seco. A Vale usa o velho sistema “a montante” depositando camadas de rejeitos, e alteando a barragem de acordo com o volume. O método é comum, barato, mas traz alto risco.  “No caso específico das barragens, havendo alternativa técnica, não tem por que manter algo superado, antigo e com risco inerente, que é esse modelo de barragem, sobretudo essa construída a montante, que mostrou fragilidade”, disse Salles. E aí?

4-Pondo ordem na fila

De cambulhada, para cumprir a promessa de campanha, o presidente Bolsonaro tocou a flexibilização para a posse de armas. Deu ruim e agora o governo organiza a fila das prioridades onde a reforma da previdência entra com carimbo “A”. Mas o estampido de tiro ainda ecoa. A “bancada da bala” está com a arma engatilhada e avisou que só vai atuar para promover as mudanças na Lei de Execuções Penais defendidas por Sergio Moro depois que o Congresso Nacional votar a reforma previdenciária e o projeto que facilita o porte de armas. No Congresso é e será sempre na base do toma lá e dá cá.

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5-Grozópi no busão

Convenhamos: dá para entender uma greve de motoristas e cobradores contra uma empresa que já pagou os salários e que apenas luta na justiça para não mais prestar o serviço, pois está tendo prejuízo? Dá para entender que assim, sem mais nem menos motoristas e cobradores abandonem a greve para anunciar que irão pedir demissão coletiva? Dá para entender porque o povão ainda não foi às ruas fazer passeata e reclamar da falta de ônibus e que pacificamente está usando o transporte alternativo? Será que por baixo do angu tem carne? Será que há o consórcio do SIM e o do NÃO?

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sobre Política & Murupi

Leo Ladeia é baiano de Itororó, torcedor do Bahia ou um pau rodado que apoitou por aqui. Começou como radialista na Rádio Vitória Régia aos 55 anos. Apresentou o programa Lendas do Rock na rádio Parecis. Na SIC TV como aqui no Gente de Opinião Léo Ladeia fez de tudo. Astronauta, boy, pintor, poeta e pedreiro. Mutante, gosta de experimentar e de desafios, atualmente Ladeia está trabalhando no Rede TV Rondônia, canal 17,do Sistema Gurgacz de Comunicação.