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Editorial

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Publicado: 16/08/2019 às 09h58min

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Novinhos e militares antecipam polarização para 2020

Os partidos já começam a se organizar visando as eleições de 2020, quando serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores nos..

Os partidos já começam a se organizar visando as eleições de 2020, quando serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios dos 26 estados brasileiros. É um verdadeiro arrastão político, onde novas lideranças tentam entrar na trajetória política com mandatos eletivos.

As eleições municipais são as mais difíceis porque dividem clãs, testam modelos eleitorais, e um número exorbitante de candidatos se esbarram na busca voto a voto. Nesse universo também serão testados os primeiros anos da gestão do atual presidente Bolsonaro e dos governadores eleitos no último pleito, a maioria alavancados nas urnas pelo discurso anti-esquerdista e pró-nacionalista militar.

É comum no Brasil as eleições municipais subseqüentes terem influencias diretas das majoritárias nacional e estaduais. A tempos que os bondes das correntes partidárias arrastam para as urnas os seguidores dos mandatários, isso quando tudo vai bem. E é nisso que os partidos já estão analisando e estudando o universo político que o País atravessa.

A onda ‘17 lá e cá’ pode não ter o mesmo efeito de outras ondas que passaram anteriormente, como os tucanos azuis e os estrelas vermelhas. Os deslizes de Bolsonaro e seus filhos que falam sem medir conseqüências, aliadas as reformas polêmicas (mesmo que necessárias) podem refletir nas eleições de 2020.

Pensando nisso, os partidos já começam assediar políticos e lideranças que possam desenhar o perfil que o eleitor espera. A recente briga entre os deputados Alexandre Frota e Major Olímpio, que resultou na expulsão de Frota do PSL (Partido Social Liberal), é indício de que a polarização de candidatos militares versus candidatos jovens ou de novas idéias, ou novidades, possam dominar os palanques pelo país à fora. Muitos militares estão em busca de espaços em partidos acreditando nessa bandeira nacionalista de votos. O mesmo ocorre com os ‘novinhos’.

Outro indicio é visto em São Paulo, maior cidade do País, e que reflete bem as tendências. Por lá, além de Frota e Olímpio, outra novidade acabou esbarrando em velha raposa. Trata-se do conflito entre Ciro Gomes e Tábata Amaral (a novinha que despontava entre favoritos à prefeitura paulista). Ambos no PDT (Partido Trabalhista Brasileiro), a ascensão da novinha poderia comprometer o projeto de Ciro à presidência em 2022.

Esses são dois exemplos de articulações que indicam que militares versus novinhos e novidades estarão em evidencia nas próximas eleições. O caminhar indica que os novinhos e novinhas podem levar vantagem, porém ainda há tempo para muita água passar apor debaixo da ponte. Até o meio do próximo ano, quando acontecerão as convenções, as idéias estão mais amadurecidas, mas tudo indica que será nesse sentido que caminharão as urnas. Teremos ainda possível embate entre velhas raposas e novos lobos.


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