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RONDÔNIA

Número de inadimplentes sobe 5,02% no mês de abril de 2015

Em Porto Velho, a inadimplência alcançou 62,1% das famílias, segundo a Peic.

Por Edilene Santiago Diário da Amazônio
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Publicado: 14/05/2015 às 03h25min | Atualizado 14/05/2015 às 14h55min

A man counting his bills at home

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso alcançou 61,6 %

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram os indicadores mensais de inadimplência. O número de consumidores inadimplentes aumentou 5,02% no mês de abril de 2015 em relação ao mesmo mês do ano passado. Isto é, a alta foi maior do que a registrada em março, quando o número de consumidores com contas em atraso havia subido 3,46% na comparação anual.

Em Porto Velho, a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) elaborada em parceria com a Fecomércio/RO mostra que o endividamento alcançou 62,1% das famílias. O número de famílias endividadas cresceu de 73.819 famílias para 74.011. As dívidas e contas em atraso subiram 21,6%, em março, aumentando dos 10,2% de fevereiro para 12,4%.

As pesquisas elaboradas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) também indicam que, no mês passado, o percentual de famílias endividadas alcançou 61,6%, o que representa uma alta em relação aos 59,6% observados em março, evidenciando uma queda em relação aos 62,3% em abril de 2014. Acompanhando o gráfico, tem-se: em fevereiro o percentual foi 57,8%; em março subiu para 59,6% e em abril registrou-se 61,6%, alcançando a terceira alta consecutiva deste ano.

Entretanto, houve queda no percentual de famílias inadimplentes em relação ao mês de abril de 2014, quando esse indicador alcançou 21% do total. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso – e que, portanto, permaneceriam inadimplentes – aumentou na comparação mensal, mas permaneceu estável na comparação anual, alcançando 6,9% em abril de 2015.

C2- GRÁFICO 800ESTRATÉGIAS PARA DRIBLAR A CRISE

O microempresário, José Maria de Lima, admite que os problemas financeiros têm desestabilizado os negócios e a vida familiar. Para manter três filhos menores de idade – uma família constituída por cinco pessoas – ele precisa buscar alternativas para complementar a renda familiar. “Preciso fazer bicos para pagar as contas de água, telefone e de energia”, declara.

O microempresário admite que a situação financeira da família é muito difícil e para não se agravar, correndo um risco maior com a inadimplência, aproveita sempre que possível as promoções oferecidas pelo comércio. “Deixamos de comprar supérfluos. Compramos somente o que é estritamente necessário e minha esposa evita desperdiçar comida, fazendo um cardápio que possa ser reaproveitado no jantar. Mas, o que pesa no orçamento e tenho que negociar sempre são as contas fixas. Inclusive, tenho pendências para este mês” , constata Lima.

Os resultados negativos podem ser atribuídos ao menor crescimento da massa salarial

Os resultados negativos podem ser atribuídos ao menor crescimento da massa salarial

REDUÇÃO E CONTROLE DAS DESPESAS  

A crise econômica brasileira é refletida diretamente na vida das famílias. No caso do microempresário os problemas financeiros afetam também a atividade profissional dele, “especificamente porque o governo não facilita o crédito”, desabafa. Outra família que passa por situação semelhante é a da Ana Cristina Belém e Cleidson Arruda – que passaram a viver juntos e têm um filho de três anos. Segundo Ana, eles compraram, recentemente, um lava jato e para isso fizeram um empréstimo. “Essa tem sido nossa principal preocupação. Os juros são altos e o movimento no comércio está muito ruim”, afirma. Apesar das dificuldades, ela disse que estão conseguindo com disciplina e organização pagar as contas.

Uma das saídas que a família Belém Arruda encontrou para driblar a crise e não cair na inadimplência foi cortar gastos com o lazer (cinema e teatro, por exemplo) e controlar as despesas fixas, planejando também os possíveis gastos por meio de planilhas. “Nelas lançamos tudo que devemos e temos para receber (dias e meses) e tem dado certo. Nossa despesa é grande, com destaque para os preços dos alimentos. O que é possível, compramos para o mês todo”, destaca.

Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esses resultados negativos podem ser atribuídos ao menor crescimento da massa salarial, à alta dos juros, à inflação elevada e ao enfraquecimento do poder de compra do consumidor brasileiro. “A inflação elevada e o aumento do desemprego, verificados nos últimos meses, têm como consequência imediata a menor disponibilidade de renda das famílias para o consumo. Além disso, a incerteza em relação ao futuro da economia impacta nos compromissos financeiros como o parcelamento de compras”, explica a economista.

 

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